X-9 Paulistana faz exaltação à chuva no Anhembi
Com o enredo “Sambando na chuva, num pé d’água ou na garoa. Sou a X-9 numa boa”, a X-9 Paulistana, do carnavalesco André Machado fecha os desfiles do carnaval paulistano na madrugada deste domingo, 15, com uma exaltação à chuva no Sambódromo do Anhembi. A tempestade que caiu durante o desfile da escola no ano passado serviu de inspiração para o samba deste ano.
A escola da zona norte de São Paulo vai mostrar as consequências da chuva – ou da falta dela, explorando a temática de que, ao mesmo tempo em que é necessária para a sobrevivência dos homens e dos animais, também pode causar estragos, enchentes, desmoronamentos. Outros destaques do enredo são a arca de Noé, a dança da chuva dos índios Pataxó e a seca no sertão nordestino.
Com seus 2.800 componentes, a X-9 vai evocar Orixás que têm relação com a chuva, como Oxum, dos rios; Xangô, dos trovões; além de São José, santo solicitado para fazer chover no sertão. Mas nem só de milagre vive a escola. A X-9 aposta na conscientização: uma das alegorias, ornamentada com duas toneladas de lixo, lembra que é preciso fazer o descarte correto para evitar enchentes na cidade.
Gracyanne Barbosa é a rainha da bateria comandada pelo mestre Adamastor. O cantor Belo é outro destaque da agremiação, que já foi campeã do carnaval paulistano em 1997 e 2002. Em 2014, a X-9 terminou em 11º lugar no Grupo Especial, com enredo “Insano: Uma Viagem Pelos Confins da Imaginação”.
Confira o samba-enredo da X-9:
No céu, nuvens se espalham pelo ar
Cigarras cantam pra te anunciar
Oh chuva, tu és a minha inspiração
Foi dilúvio e destruição, a Arca de Noé a salvação
Lendas, rezas, rituais, uma dança que atrai
Um lindo véu sagrado
A fonte que dá vida ao meu Carnaval
Vento forte a soprar…Oiá
Oxum, Nanã e Xangô…Salve os Orixás
Num arco íris de luz, vem Oxumarê
Para nos banhar com o seu axé
Meu São José, o sertanejo clama em oração
Que venha desaguar no meu sertão
Florescendo esse chão
És divinal! No dia a dia é essencial
A consciência está
Em alertar pra não faltar
Nos contos imortais, a sorte dos casais
“Cantando na chuva” de prata que cai
De alma lavada
Jogo confete e serpentina pelo ar
Quarenta anos, hoje vou comemorar
Pra sempre vou te amar
Deixa chover, deixa molhar
A nossa festa não tem hora pra acabar
Eu quero ver você sambar
Com a X-9 até o dia clarear