4 de Maio de 2024

Dólar

Euro

Cidades

Jornal Primeira Página > Notícias > Cidades > Adesão ao GNV está estagnada em São Carlos

Adesão ao GNV está estagnada em São Carlos

03/04/2012 09h16 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Adesão ao GNV está estagnada em São Carlos

Ao contrário do que acontece na capital paulista, o número de carros com motor convertido para uso do Gás Natural Veicular (GNV) e o número de usuários abastecendo nos postos de combustível em São Carlos não vêm aumentando. Relatos dos donos de oficinas vão ao encontro da fala dos proprietários de postos de combustível que afirmam ter aqui um mercado estagnado.

Perto de quatro oficinas na cidade atuam nessa operação que muda o componente do carro que passa a funcionar com gás. Com certa unanimidade, os mecânicos e gerentes dos estabelecimentos são categóricos ao afirmar que o movimento que era de 20 carros por mês atualmente não passa de 2.

Os 90% de queda na conversão estão intimamente ligados ao preço dos combustáveis tradicionais como a gasolina e o etanol. Mesmo mais caro em aproximadamente R$ 0,68 (gasolina) e relativamente idêntico ao etanol R$ 0,08, o GNV não tem sito atraente ao consumidor são-carlense.

Para o gerente administrativo da Bonelli Auto Peças e Serviços, Carlos Roberto Giliotti, a procura para converter veículos caiu vertiginosamente. “Nós estávamos acostumados a trabalhar em uns 15 a 20 carros no mês, agora um a dois no mesmo período. O volume de revisão e taxas que o usuário é obrigado a pagar no ano têm desestimulado o cliente a fazer a conversão”, ressaltou ao afirmar que em média acrescentar o gás como alternativa de combustível custa R$ 3,5 mil e o carro fica parado pelo menos dois dias.

A cada cinco anos, o dono do carro é obrigado a revisar o cilindro que abriga o gás e o preço desse teste gira perto de R$ 300,00. Já anualmente o Centro de Engenharia Aeronáutica, Automotiva de Trânsito e Transporte (Ceatran), responsável pela inspeção técnica em segurança veicular, cobra uma taxa de R$ 100,00 para expedir alvará para o carro circular.

O gerente da oficina Auto Modelo, Emerson Torres, falou que do zero, em número de conversão no final do ano passado, eles chegaram em 2012 com um ou dois por mês, mas se comparado aos dez que faziam em anos anteriores, o número é insignificante.

O cliente que converteu não reclama. Aquele motorista que usa o carro como instrumento de trabalho percebe que se circular de quatro a cinco mil quilômetros em um mês verá o gasto com combustível cair de R$ 800 pela metade.

O GNV proporciona um gasto em torno de R$ 0,09 por quilômetro rodado. “Em quatro meses o cliente repõe o que gastou para converter o veículo”, afirmou Torres.

 

NA BOMBA – Mesmo sem se entusiasmar com uma possível melhora, a gerente de um dos três postos de combustível que comercializa o GNV, Kátia Mendonça do Posto Santo Antônio, disse que não há uma estatística formal sobre o número de abastecimento a gás, mas que ela percebe que um aumento pouco expressivo no fluxo de venda. “Uns dois a mais que o normal”, afirmou.

Na mesma toada, o dono do posto Esplanada, Ito Lopes, disse que nada mudou no volume de consumo. Para ele o preço do etanol e da gasolina tem de subir muito para o mercado do gás se tornar competitivo.

 

Gás natural para veículo atende a taxista

 

Em entrevista recente, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que se o preço do barril de petróleo seguir no atual patamar de US$ 120, será “inexorável” fazer reajuste no preço dos combustíveis. Essa semana o barril chegou a US$ 125. Mas o motorista que quiser fugir desse aumento tem opção: converter o carro para GNV (Gás Natural Veicular).

Este foi o caso taxista Alberto Martins, 63 anos que há cinco anos fez essa mudança do seu carro em São Carlos. Ele afirmou que pelo menos 20% da frota de táxis da cidade atualmente usa o GNV. “A minha economia com combustível chegou com a mudança em 40%. De R$ 1 mil por mês para abastecer eu passei para R$ 600,00”, comemorou.

Na capital paulista, a procura por gás vem crescendo novamente. Depois de enfrentar uma crise em 2008 e perder espaço no mercado, no ano passado houve um crescimento de 23% no consumo do GNV, segundo Richard Jardin, gerente de vendas do mercado automotivo da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás). No ano passado, foram 4.702 novos carros convertidos pela empresa. “O gás nunca deixou de ser competitivo. Mas durante a crise de 2008 ele perdeu a sua atratividade”, afirma Jardin.

O mecânico da Bonelli Auto Peças e Serviços, Carlos Roberto Giliotti, afirmou que os carros mais potentes acabam buscando a conversão. “Como o consumo é maior, a troca pelo kit de gás se torna viável, principalmente para quem usa o veículo dentro da cidade”, afirmou.

 

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x