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Adolescente é internada com paralisia após vacina contra HPV

19/09/2014 07h00 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Adolescente é internada com paralisia após vacina contra HPV

A estudante Damara Pereira de Moura, de 12 anos, está internada na Santa Casa de São Carlos após passar mal, se queixar de fortes dores de cabeça e ter paralisia nas pernas. O fato aconteceu após a adolescente tomar a segunda dose da vacina contra o HPV na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Izabel. 

A mãe da jovem, Adelcy Ferreira da Silva, 65, contou que Damara tomou a segunda dose da vacina na manhã da última sexta-feira, 12. No mesmo dia, à tarde, foi à escola e passou o fim de semana bem, não apresentando nenhum sinal de mal estar.

Na segunda-feira, 15, a adolescente foi para a escola como faz todos os dias, na hora do intervalo passou mal e não conseguiu se levantar. A direção da escola informou a mãe, que foi buscá-la. No trajeto até a casa, Damara caiu na calçada e não conseguiu mais levantar. Ela não sentia mais as pernas. 

Familiares levaram a adolescente até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Prado, onde foi medicada e encaminhada para a Santa Casa. No hospital uma série de exames foi realizada. A garota, mesmo não sentindo as pernas, foi liberada e teria que retornar no dia seguinte.

Somente na quarta-feira, 17, quando a estudante retornou ao hospital, é que foi internada. Segundo Adelcy, os médicos informaram que o problema poderia ter sido causado devido à vacina.

Adelcy revelou que Damara nunca apresentou problemas de saúde e chegou a pensar que perderia a filha. “Ela nunca apresentou problemas de saúde, uma menina forte, naquele momento achei que fosse perder a minha filha, quando a vi caindo no chão”, disse. 

A dona de casa falou que nesta quinta-feira, 18, ao sair da Santa Casa, sua filha ainda apresentava falta de sensibilidade nas pernas e estava com fortes dores de cabeça. “Quando saí da Santa Casa a Damara ainda não sentia as pernas e estava com muita dor de cabeça, não percebi nenhum sinal de melhora desde quando ela apresentou esse problema”, contou.

A falta de informações sobre a vacina e as contra indicações causaram revolta na dona de casa. “Se soubesse que isso iria acontecer com ela não teria aplicado a segunda dose, como aplicam uma vacina sem ter contraindicações? Estão brincando com a vida das jovens? Ainda bem que moramos perto de unidade de saúde e tivemos atendimento rápido, mas e quem mora em sítios, aldeias, longe de atendimento médico?”, questionou.  “Ela estava fazendo muita falta, fico perdida sem minha filha em casa, quero que volte logo e com todos os movimentos”.

 

SANTA CASA

A Santa Casa informou nesta quinta à tarde que considerava o estado de saúde de Damara bom e que a adolescente está recuperando a sensibilidade dos membros inferiores. 

Equipes da Vigilância Epidemiológica de São Carlos e do Estado estão acompanhando o caso. A responsabilidade da campanha, bem como a compra e distribuição das vacinas é do Ministério da Saúde. Segundo informações a Prefeitura aguarda orientações para suspender a vacinação.

 

OUTRO LADO

Até o fechamento desta edição o Ministério da Saúde não se manifestou sobre o assunto.

 

 

CASO EM BERTIOGA ERA O MAIS RECENTE

O caso mais recente de paralisia supostamente ligado à aplicação da vacina contra o HPV ocorreu em Bertiga. Onze meninas apresentaram reações adversas, sendo que três delas tiveram paralisia das pernas.Duas adolescentes de 12 anos tiveram alta na noite do dia 10. Elas estavam internadas no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos. A terceira estudante, de 13 anos, que apresentou sintomas mais acentuados, como dificuldades de locomoção, continua em observação.

As estudantes Luana e Mariana apresentavam quadro estável, mas permaneceram no hospital para uma bateria de exames. Como não apresentavam mais queixas, foram liberadas. Já a menina de 13 anos, que se queixava de dores no corpo e dizia não sentir as pernas, ainda vai passar por uma série de exames, embora as dores tenham diminuído. Testes neurológicos já descartaram o diagnóstico de paralisia.

As três jovens integram um grupo de onze meninas que, logo após a aplicação da vacina, apresentaram mal-estar, o que as levou até o Pronto-Socorro de Bertioga. Oito garotas foram liberadas, mas as três foram encaminhadas primeiramente para o Hospital Santo Amaro, em Guarujá e, depois, para o Guilherme Álvaro, em Santos, que é uma unidade estadual considerada de referência para a região.

O Ministério da Saúde afirmou que não vai suspender a campanha de vacinação contra o HPV. 

 

JAPÃO SUSPENDE VACINAÇÃO

O Japão suspendeu a campanha de vacinação contra HPV depois que algumas meninas tiveram reações como dormência e dor. Mas a vacina ainda é oferecida nas clínicas e postos de saúde. Até hoje, cerca de 3,28 milhões de japoneses exclusivamente foram inoculados com estas vacinas contra a HPV. Até o momento, 1.968 casos adversos foram apresentados ao governo japonês, detalhando efeitos colaterais médicos graves.

 

FRANÇA – Uma jovem francesa está processando a fabricante da vacina Gardasil, contra o HPV, por supostos efeitos colaterais no sistema nervoso central. Seis meses após ter recebido a segunda injeção da vacina, em 2010. Marie-Oceane, então com 15 anos, foi hospitalizada com diversos sintomas, como perda temporária da visão, paralisia facial e dificuldades para andar.

Outras três mulheres também afirmam terem sido vítimas dos efeitos colaterais do Gardasil. As jovens, com idades entre 20 e 25 anos, foram vacinadas entre 2008 e 2010. Duas delas desenvolveram dermatose crônica e a terceira foi diagnosticada com inflamação da musculatura (polimiosite).

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