Afastada do Nota Promissória, Mariana Ruzzi cuida do pequeno Benício
Mariana Ruzzi entrou no Nota Promissória com 11 anos. Hoje, com 22, é mamãe de Benício, que ainda é bebê de colo. Passou momentos complicados, tendo que dividir o tempo entre a banda e os estudos, tanto na época do vestibular quanto na faculdade. “Vivi a banda criança, adolescente e adulta. Foram etapas diferentes. Eu não consigo me imaginar desvinculada disso”. Formada em Serviço Social pela Unesp de Franca, ela agora é estudante de Direito.
Cuidadosa, participou de apenas um show durante a gravidez. “Fiquei com medo de acontecer alguma coisa. No começo evitei esforço por orientação médica, e depois achei melhor me afastar mesmo pro Benicio não nascer em alguma cidade por aí (risos). O único show que eu fiz foi em Uberaba e eu estava grávida de 6 meses… Eu insisti em fazer porque, como eu tinha tocado durante toda a minha vida, não queria passar pela gravidez sem lembrar de nenhum show grávida. Não é fácil não cantar com o barrigão, cansa viu… (risos). Mas foi uma experiência sensacional que eu vou guardar para sempre e contar para ele quando ele for maior”.
Ficar longe da banda nos últimos tempos foi complicado para ela. “Eu senti muita falta, porque eu nunca tinha me afastado dos shows. Mas eu tinha colocado na minha cabeça que era um momento diferente da minha vida e que eu tinha que aproveitar da melhor maneira possível, ser cautelosa e eu sabia que quando desse eu voltaria. E estou voltando…(riso)”.
Mamãe coruja e carinhosa, Mariana sonha que seu filho se torne um roqueiro. “Olha, eu espero que sim. Mas eu não vou impor gosto não… Eu gosto de música, me considero bem eclética até… Vou incentivar ele a ouvir músicas legais, claro, mas quero que ele tenha liberdade pra escolher do que ele vai gostar”.
Mariana afirma que ainda existe muito machismo na cena musical. “A gente mesmo, já sofreu muito preconceito! Porque imagina, a gente toca em eventos de motociclistas, onde o público é majoritariamente masculino. Chegávamos e subíamos em quatro meninas no palco. As pessoas olhavam e não imaginavam que a gente ia tocar rock. Então rolava muito comentário maldoso. Depois que a gente ficou conhecida no meio, aí já foi outra história… As pessoas ficavam muito surpresas por sermos mulheres e tocarmos bem. Mas assim passaram a nos respeitar como mulheres e como roqueiras”.
