Arca de São Francisco e UIPA realizam 22 mil cirurgias de esterilização
O controle populacional de animais abandonados tem impactos positivos em diversas esferas: diminui o abandono e os maus tratos, o número de atropelamentos e mantém o controle de zoonoses. Quem afirma isso é Laide das Graças Simões, vereadora pelo PMDB e militante da defesa dos animais há quase três décadas.
Mas o esforço de controle populacional de animais é apenas um aspecto do esforço das entidades. Entre janeiro e novembro deste ano, foram realizados 660 recolhimentos de animais abandonados, sendo que 529 deles ganharam um novo lar. No mesmo período, foram realizadas 2.449 cirurgias de castração.
A Arca de São Francisco (ASF) e a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) de São Carlos realizaram, em 12 anos, 22 mil cirurgias de esterilização. Os resultados dessa iniciativa é perceptível: “Hoje estamos com quase 240 mil habitantes e a cidade está cheia de carros, mas não vemos tantos atropelamentos de animais como se poderia ter”, diz Laide, que completa: “Quando comecei, tinha menos carros, mas não dava conta da quantidade de bichos atropelados”.
Sobre a importância do cuidado em manter controlada a população de animais abandonados, ela diz: “É indicação da Organização Mundial da Saúde. A única forma de manter o controle de zoonoses é a esterilização”.
O trabalho desenvolvido na cidade pelas entidades é referência, e atrai interesse de pessoas em outros municípios: “Temos ido para muitas cidades para mostrar o que a gente faz”, diz Laide, que cita Pirassununga, Descalvado, Brotas, Ribeirão Bonito, Torrinha. Motuca, Itápolis, Leme, Porto Ferreira e Itirapina como exemplos.
Em certas ocasiões, ela ministra palestras na Câmara dos Vereadores: “Para convencer os vereadores e para que eles cobrem o prefeito, pois nem todas as cidades têm associação de proteção aos animais, então temos que partir para os prefeitos”, explica.
Questionada se o esforço de ir a outras cidades surte efeito, ela diz que sim: “Toda cidade tem gente que gosta. Quando alguém entra em contato comigo, sugiro que faça uma reunião, que coloque os interessados no trabalho, pois são eles que vão à luta, que estão ligados, que procuram os focos do problema”.
Além de palestras, as entidades realizam mutirões para castrar animais. Ela explica que o primeiro mutirão, em geral, ocorre em locais da cidade que já foram identificados como problemáticos “Pedimos que marquem esses casos primeiro para depois ir para as casas de gente que não tem portão, muro, ou cuidados suficientes com os animais”.
Consciência
Laide afirma que a população de São Carlos está mais consciente e tem onde reclamar: “Ter consciência e não ter quem ajude também não adianta”.
Além da ASF e da UIPA, a cidade conta com o Canil Municipal: “Trabalhamos juntinho com eles. Parceiros mesmo”.
E diante de tantas histórias de abandono e maus tratos, Laide conta a história de moradores de rua que, fiéis e preocupados com seus cães, buscam ajuda quando eles adoecem: “Eles chegam, dizem que o cachorro não está comendo, por exemplo, e a gente ajuda. Às vezes os animais são a única companhia que eles têm”.
