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Cannabis Sativa é reconhecida como planta medicinal

23/05/2017 11h54 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Cannabis Sativa é reconhecida como planta medicinal

Em 1964 a comunidade científica começou os estudos sobre os possíveis benefícios da cannabis sativa, conhecida popularmente como maconha. À época, o pesquisador Raphael Mechoulan extraiu da erva o delta 9 – tetraidrocanabidiol, mais conhecido como THC, um princípio ativo importante da planta. O THC foi sintetizado quimicamente e, desde então, os estudos que buscam descobrir os benefícios que a cannabis sativa pode trazer para os seres humanos não pararam.

Os primeiros medicamentos à base do THC sintético começaram a surgir na década de 1970 e eram usados, principalmente, para tratar efeitos colaterais decorrentes do tratamento da AIDS e do câncer. Pesquisas realizadas após esses medicamentos comprovaram a eficácia da erva em doenças como Alzheimer e Parkinson, além de diminuir o número de convulsões em pacientes com epilepsia.

O docente Marcos Hortes, do Departamento de Gerontologia (Dgero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está orientando uma pesquisa que pretende conhecer o efeito do canabidiol, outra substância presente na erva, no combate à ansiedade em pacientes acometidos pelo Parkinson, doença progressiva do sistema neurológico que afeta principalmente o cérebro de pessoas na terceira idade.

De acordo com Marcos, o canabidiol é um dos principais componentes da maconha, mas seu efeito no organismo não leva a quadros de psicose ou alucinação, que são provocados pela substância THC. “O canabidiol tem o efeito antagônico ao THC que possui as propriedades psicoativas da maconha”, explica Hortes.

Em 2012, uma pesquisa realizada pela USP de Ribeirão Preto revelou que um componente da maconha pode ajudar no tratamento de pessoas que sofrem de ansiedade e fobia social – transtorno associado ao medo de executar tarefas como falar e comer em público – sem causar dependência química.

Os dados mostraram que uma dose de 600 miligramas do “canabidiol” deixou pacientes com fobia mais seguros. 

Cannabis Sativa como planta medicinal – No dia 8 de maio deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu a cannabis sativa na Lista Completa das Denominações Comuns Brasileiras (DCB) sob a categoria  de “planta medicinal”. No entanto, apesar da inclusão, a medida não libera uso da Cannabis como planta medicinal em qualquer circunstância. 

Ao Primeira Página, o professor AntonioZuardi, do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP, disse que o uso médico da planta maconha “in natura” tem algumas dificuldades, em razão de já terem sido identificados mais de 80 canabinóides na planta, com atividades diversas e por vezes até opostas e cujas concentrações são  variáveis, dependendo de muitos fatores, como espécie da planta, solo onde foi cultivada, condições climáticas e outras. Assim, para o uso médico seria preferível usar-se os canabinóides puros, o que torna possível o uso do canabinóide e da faixa de dose correta para cada indicação.

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