Chuvas no final de semana causam transtornos
A chuva intensa e os fortes ventos que acorreram no último final de semana causaram transtornos e estragos em diversas partes da cidade. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros trabalharam em ação conjunta em alguns atendimentos.
Os maiores transtornos ocorreram no domingo, 9, onde foram registrados diversos pontos de alagamento em vias públicas e residência, duas quedas de árvores e destelhamento de um imóvel.
De acordo com o diretor da Defesa Civil, Claudionor Alves de Souza, o volume de chuva que caiu no sábado, 8, foi abaixo do esperado cerca de 2,5mm, sendo que era previsto 3mm de água, porém a grande surpresa ficou por conta do vento forte que em alguns pontos da cidade chegou a 70km/h.
Neste dia, o único transtorno grave registrado pelo órgão foi o desabamento de tendas no evento Carnafacul que ocorria no Parque Industrial de São Carlos, onde 22 pessoas ficaram levemente feridas por causa da queda da estrutura. Uma das vigas de sustentação caiu em cima de um carro que estava no estacionamento do local.
Segundo o tenente comandante do corpo de bombeiro, Bruno Gobbo, o corpo de bombeiro foi acionado para a inspeção da estrutura e montagem das tendas antes do inicio do evento. “O corpo de bombeiros fez toda a vistoria e não constatou nenhuma irregularidade na montagem da estrutura. Nesses casos, denominamos o incidente como desastre natural, pois não era previsto esse tipo de condição climática para o horário da festa”, afirmou.
Para chuva que caiu no final da tarde de ontem, era previsto apenas 8mm de chuva, porém o que foi possível registrar em diversos pontos da cidade foi o volume 54,5mm de água. Em comparação, na região que abrange os bairros Vila Monteiro, Ricetti e Azulville, foi registrado menos que a metade deste índice, apenas 12mm.
Nas regiões próximas aos bairros Santa Felícia, Arnon de Melo e Jockey Club, os transtornos com a chuva foram maiores. Segundo Souza, um trecho da avenida Francisco Pereira Lopes próximo a rotatória do shopping, ficou interditada por quarenta minutos, por causa do grande volume de água que tomou toda via. O trecho foi liberado assim que o nível da água voltou abaixar.
Segundo Alves, esta região foi afetada pelo grande volume de água do córrego do Mineiro que desce do Jardim Santa Felicia, se agravando no encontro do córrego Monjolinho e da pouca vasão de água na passagem abaixo da linha férrea.
Na avenida Tancredo Neves, a conhecida Avenida da Torres, houve pontos isolados de alagamento, mas sem interdições. Outro trecho, próximo ao antigo kartódromo, ficou isolado do fluxo de veículos, agentes da Defesa Civil sinalizaram a via com cones e fita zebrada para ajudar na orientação dos motoristas.
No viaduto do Jockey Club, que dá acesso a rua Ray Wesley Herick também ficou alagado por causa da chuva, porém não foi necessário bloquear a passagem.
Duas quedas de árvores foram registradas sem vítimas ou prejuízos materiais, uma na rua José Bonifácio e outra na rua Bernardino Fernandes Nunes. No bairro Arnon de Melo um casa ficou alagada e um destelhamento ocorreu em uma residência no jardim Samambaia.
Fenômeno Natural
De acordo com o professor do Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Centro de Ciências Agrárias do Campus de Araras da Universidade de Federal de São Carlos (UFScar), Miguel Ângelo Maniero, nessa época é comum a ocorrência de pancadas de chuvas localizadas, muitas vezes trazendo transtornos às cidades. Pois nesta estação o comprimento do dia vai aumentando, e da noite diminuindo, com isso conseqüentemente mais energia atingindo o Hemisfério Sul implicando em maior aquecimento da superfície.
Esse fato faz com que haja a formação de nuvens convectivas, as que parecem flocos de algodão, que dão origem as pancadas de chuvas localizadas. A sensação de abafamento que está ocorrendo nos últimos dias é normal e está associado a baixa pluviosidade em toda a região Sudeste e Centro-Oeste , isto é, está chovendo menos do que a média esperada.
Segundo o professor, poucas cidades têm essas condições, somente as fazem controle de emergências. “É possível prever as pancadas de chuvas num prazo curto de tempo, mas para isso é necessário que tenhamos um acompanhamento da movimentação das massas de ar e a formação das nuvens convectivas”, afirma Maniero.
Erros em previsões são comuns porque elas são baseadas em movimentação das massas de ar e essas podem mudar de direção a qualquer momento, fazendo com que as previsões feitas não tornem realidade.
