Cirurgião que operou Nayara diz acreditar que não haja um culpado

17/01/2013 10h02 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação

Em entrevista à reportagem do Primeira Página, Vicente de Paula Ciarrochi Júnior, cirurgião que operou a manicure Nayara Cristina Patracão, 24, que teve morte cerebral constatada na segunda-feira (14), diz acreditar que não haja culpado, tendo sido o ocorrido uma fatalidade.    

“A intervenção ocorreu maravilhosamente bem do pré-operatório até as 4 horas e meia de cirurgia. Já tinha feito a lipo na frente, atrás, a plicatura… Repentinamente, o anestesista diz que os lábios dela estavam arroxeando e a partir desse momento começamos o procedimento de reverter a parada e revertemos rapidamente, entre 40s a 1 minuto e esperamos mais uns minutos para verificar se tudo estava bem”, diz Ciarrochi. Segundo o médico, todos os exames preparatórios estavam normais: “No início pensei que fosse uma embolia. Fomos para São Carlos pensando que era isso, mas parece que não foi”.

Questionado sobre o Processo Administrativo aberto pelo Conselho Regional de Medicina para investigar o caso, ele disse: “Fiquei sabendo disso pela mídia. Mas esse procedimento sempre existe quando ocorre alguma anormalidade, para ver se existe um culpado. Mas acredito que não seja o caso. Acredito que tenha sido uma fatalidade. Toda cirurgia tem riscos, estatisticamente em 7% delas ocorrem problemas”, afirma o médico.

Sobre os comentários feitos a seu respeito nas redes sociais, ele diz: “Morte, desgraça e sangue vendem muito. Ninguém faz entrevista com as pacientes que estão bem, que tiveram uma melhora nas vidas delas. Tem gente, que não se identifica, dizendo no facebook que eu mutilei uma pessoa, caso do qual não tenho ciência. Sou médico há quase 20 anos. Em 4 anos aqui em Descalvado fiz mais ou menos 200 cirurgias. Há 3 anos, durante uma delas, a moça teve uma embolia, teve que ficar internada 10 dias, mas ficou bem. A embolia, que é um trombo que se descola, uma placa de gordura que vai para o pulmão, simplesmente acontece. Não tem como diagnosticar previamente” diz.