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Concurso público: a luta pela estabilidade

08/08/2012 15h34 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Concurso público: a luta pela estabilidade

“Concurseiro”. Eis a nova ocupação a qual muitos brasileiros se dedicam nos últimos anos. Mas quem é o concurseiro? Ele é, em geral, alguém que está procurando emprego, mas que não está desempregado, como muitos poderiam supor. “Pessoa que está na casa dos 30 anos, já tem experiência profissional e está empregada”, explica Itamar Portiolli, coordenador  do Opção Vestibulares e Concursos.

 

Esse personagem do Brasil atual, o concurseiro, figura como protagonista em diversas páginas da internet como o Blog do Concurseiro Solitário, Luta de um concurseiro, SOS Concurseiro, A Casa do Concurseiro e Sou concurseiro e vou passar. Mas o que motiva pessoas que em geral já estão empregadas a investirem tempo, dinheiro e energia na procura de um cargo público?

 

Estabilidade – O impulso para estudar e prestar concursos públicos, ainda que estando empregados, surge nos concurseiros por causa de três fatores, principalmente: o salário, a estabilidade e a aposentadoria integral. “Se bem que, depois das mudanças nas regras da previdência, o fator aposentadoria já não pesa tanto”, afirma Itamar, se referindo à lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff e publicada no dia 2 de maio deste ano; lei que aboliu a aposentadoria integral para os servidores públicos federais contratados após a publicação da nova regra, e criou a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), com o objetivo de aceitar contribuições dos novos funcionários para que eles tenham a oportunidade de se aposentar com salários que, dependendo do caso, possam ultrapassar o teto da Previdência (atualmente em R$ 3.916,20).

“O concurseiro não estuda para passar. Ele estuda até passar”, explica o coordenador do Opção, mostrando que mais do que uma  vocação para ocupar determinado cargo público, o que impulsiona o concurseiro é a estabilidade e os salários do serviço estatal; estabilidade e salários que o mercado de trabalho muitas vezes não oferece. “E mesmo que o salário seja um pouco menor no setor público, o fator estabilidade pesa na decisão de quem presta o concurso”, salienta Itamar.

“A verdade é que as pessoas hoje mudam tanto de emprego, elas colecionam carimbos na carteira de trabalho…O serviço público nos dá estabilidade”, diz Rita Marques, técnica em administração e contabilidade que já prestou concursos para o Supremo Tribunal Federal e para USP. Adriana Schiabel, que já prestou para o INSS, O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a USP e a UFSCar, também vê nos concursos uma fonte de estabilidade: “Trabalho faz 25 anos em uma empresa e logo me aposento. Como meu marido é servidor público e vejo as vantagens que ele tem, comecei a prestar concursos”, diz.

 

Agosto de concursos

Este mês várias instituições dos níveis federal e estadual ofertam ao menos 13.500 vagas alocadas em várias cidades do Estado de São Paulo. Em razão das eleições, os municípios estão proibidos de realizar concursos públicos.

O primeiro semestre também foi agitado para os concurseiros: “Nossas alunos prestaram as provas da Polícia Militar, da prefeitura de São Carlos, da USP, da UFSCar, da prefeitura de Sertãozinho, de Ribeirão Preto…Em São José do Rio Preto teve um concurso grande, e saímos com duas vans daqui”, afirma Itamar.

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