3 de Maio de 2024

Dólar

Euro

Cidades

Jornal Primeira Página > Notícias > Cidades > Consumo de remédio para déficit de atenção aumenta 75%

Consumo de remédio para déficit de atenção aumenta 75%

27/02/2013 11h08 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Consumo de remédio para déficit de atenção aumenta 75%

Estudo da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra um aumento de 75% do consumo do remédio metilfenidato entre os anos de 2009 e 2011 na faixa etária que vai dos 6 aos 16 anos. O medicamento é usado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Na faixa dos 6 aos 59 também houve aumento, embora menor: 27,4% no mesmo período.

 

“É uma doença que começa na infância, mas se não tratada ela pode persistir no adulto”, afirma Francisco Vale, professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos, que completa: “O medicamento controla os sintomas, ele melhora a atenção e a concentração da criança, reduz a hiperatividade, e proporciona melhor oportunidade de estudar, pois muitas crianças são reprovadas na escola por conta disso, e por isso sofrem psicologicamente, ou por conta de professores despreparados, por conta dos colegas, ou até mesmo por causa dos pais. Então é importante o diagnóstico dessas crianças e esse remédio trouxe benefício para elas, isso é inegável”.

Questionado sobre o tempo de uso do medicamento, o professor diz: “O consumo pode variar, já que geralmente os casos se iniciam na infância. Depois de algum tempo a criança pode parar de tomar o medicamento e se manter bem. É um quadro que com o amadurecimento do sistema nervoso tende a diminuir naturalmente na vida adulta. Se a criança trata, ela pode chegar à vida adulta sem sintomas. Mas existem adultos que manifestam sintomas do transtorno; sintomas que começaram na infância e que não foram tratados adequadamente”, explica.

Sobre o aumento no consumo do medicamento, Vale diz: “Existe um aumento na prescrição desses medicamentos, pois esse transtorno passou a ser mais conhecido pela medicina e pelos médicos, e começou a ter mais diagnósticos. Crianças que antes eram tidas como arteiras, indisciplinadas, muitas delas foram diagnosticadas com TDAH. Então era esperado mesmo que houvesse aumento na prescrição do medicamento. Um receio que temos é que cresçam diagnósticos que não sejam de hiperatividade, e isso pode levar à prescrição do remédio desnecessariamente. Por vezes não é um diagnóstico tão simples de se fazer, ficamos em dúvida em relação a outros transtornos mentais que ocorrem na infância, ou uma questão educacional: às vezes é questão de má educação mesmo por parte dos pais”, diz o médico.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x