Curso visa especializar professores para atuar com público autista
O Laboratório de Aprendizagem Humana, Multimídia Interativa e Ensino Informativo (LAHMIEI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com inscrições abertas para o primeiro curso no Brasil, sob a certificação Ministério da Educação (MEC), voltado para a formação de professores para atuação com pessoas com autismo.
As inscrições vão até o final deste mês e as aulas terão inicio em 05 de outubro. O curso é organizado pela equipe de pesquisadores do LAHMIEI e terá duração de 18 meses.
O objetivo é que profissionais com esta formação sejam melhor preparados para lidar com as demandas de indivíduos diagnosticados com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A contribuição para a inclusão social e pedagógica se torna realmente significativa quando previamente os indivíduos aprendem habilidades básicas de linguagem e comunicação, que em geral ocorre em instituições especializadas.
Doutores e especialista na área, inclusive referências internacionais, estão confirmados para ministrar o curso, que é coordenado pelo pesquisador do laboratório, Prof. Dr. Celso Goyos. O curso contará com aulas teóricas e práticas, trabalho de monografia e estágio supervisionado.
A pesquisadora e vice-coordenadora Dra. Giovana Escobal, explica que no país há diversos cursos de formação nesta área, porém o diferencial da proposta do LAHMIEI na especialização está sob a abordagem da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que é a abordagem cientificamente reconhecida como a mais eficaz na avaliação, tratamento e ensino de pessoas com autismo. Adicionalmente, é um curso de Educação Especial de 600 horas que atende as exigências do MEC.
Atualmente os profissionais que trabalham com este público são pedagogos que possuem especialização básica na esfera de Educação Especial.
O pesquisador e também vice-coordenador, Dr. Nassim Chamel Elias, explica que o foco do curso é desmistificar o conceito de que o autista não tem capacidade de aprendizado, além da importância de padronizar o tratamento de intervenção do individuo diagnosticado, pois há especificidades diferentes do deficiente intelectual.
“O déficit de comunicação verbal e não verbal e de interação social e o interesse repetitivo e restritivo por alguns objetos são as duas características particulares da pessoa com autismo”, define Elias.
Ele ainda explica que entre a população autista há uma gama de características diferentes de um individuo para outro, podendo ser diagnosticado déficits extremamente severos até mais simples.
A abordagem ABA busca trabalhar com repertórios individuais e simples, como imitação motora e verbal, e conforme acontece o desenvolvimento e aprendizado destas habilidades, habilidades mais complexas, tais como ler e escrever, são inseridas e assim por diante.
Os interessados podem fazer inscrições e ter mais informações pelo site http://www.lahmiei.ufscar.br/index_port.html, pelo link da página no Facebook https://www.facebook.com/pages/Lahmiei/352563231521102 ou pelo telefone: 16 3351-8498.
