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“Deus nos chama para construir um mundo novo”, afirma Tombolato

15/03/2014 12h58 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
“Deus nos chama para construir um mundo novo”, afirma Tombolato

Morando hoje no bairro Boa Vista, o padre Antônio Tombolato, atraí centenas de fiéis para ao seu oratório semi-público. O carisma de tantos anos como padre católico, este ano irá completar 57 anos de vida religiosa, é o mesmo de quando era bem jovem, afirmam as pessoas próximas. Ele recebeu a equipe do Primeira Página para a entrevista na tarde de sexta-feira. De forma simples e com um sorriso contagiante no rosto, Tombolato entrou sala preparada para a entrevista por uma das pessoas que o ajudam diariamente. Uma cadeira simples, de madeira foi colocada no centro. Sorridente disse “Então vamos para entrevista pode perguntar. Mas fale de vagar e alto para que eu possa escutar, a idade tem me tirado a audição”, disse.

 

Sentei então no sofá a sua frente e preparei a maquina fotográfica e a câmera para editar também em vídeo a entrevista do padre, e que você pode conferir também no portal do Primeira Página (www.jornalpp.com.br) e fiz então a primeira pergunta, voltando no tempo e pedindo para que me contasse como surgiu a vontade de ser padre. Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista

 

Primeira Página: Padre como surgiu a vocação para a vida religiosa?

Pe. Tombolato: A vocação é algo que vem de Deus e não é da gente e Deus vai colocando os meios desde criança. O gostar de estar perto das coisas de Deus. Eu tinha um padrinho italiano, um capelão da fazenda, tipo um ministro da eucaristia de hoje. Eu o acompanhava. Ele rezava terço e isso foi alimentando a minha vocação. Depois eu fiz a primeira comunhão aos dez anos de idade e quando eu senti uma aproximação de Deus. Deus foi atraindo como um imã atrai o ferro.

 

PP: E quando o senhor foi de fato para o seminário?

Pe. Tombolato: Eu estudei interno no Liceu Coração de Jesus, dos padres salesianos e fui simpatizando com os padres. Apesar da batina eles eram bacana. Uma verdadeira família. Os padres eram como os nossos pais. E quando eles acharam que eu tinha sinais de vocação e me mandaram para o seminário deles em Lorena. Depois como salesiano eu fui trabalhar no Mato Grosso.

 

PP: E como veio para São Carlos

Pe. Tombolato: Por motivo de saúde dos meus pais tive que voltar para São Carlos. E a diocese me aceitou e hoje sou padre aqui. Em 1954 eu vim para a Diocese e naquela época para um padre religioso e passar  a diocese tinha que ter autorização da Santa Sé, em Roma. Depois de acieto fui fazer meu curso de teologia. E durante o meu estágio sempre procurei fazer trabalho com os pobres, nas favelas de São Paulo. Quando padre, eu fui para Matão e depois vim pra São Carlos para cuidar das obras das crianças.

 

PP: O senhor tem uma história de estar ao lado dos mais pobres e das crianças. Como começou este trabalho?

Pe. Tombolato: Fundamos a Guarda Mirim junto como senhor Romeu Santini. A Guarda cuidava dos meninos mais pobres  e eles ajudavam a tomar conta de carros. A maioria dos jovens era do Educandário, ai passei para  o mons. Romeu Tortorelli, que presidia a entidade. O bispo me transferiu para a Vila Isabel, um local pobre e simples na época. O seu Álvaro Rizoli ele veio para a Isabel para fundar os patrulheiros e nós formamos os patrulheiros e os primeiros 30 alunos eram os meus coroinhas na época.

 

PP: Foi ai então que o senhor começou a mudar a cara de um bairro muito pobre de São Carlos?

Pe. Tombolato: Sempre preguei a verdade doa a quem doasse e nunca ninguém me incomodou. Eu fiquei 42 anos como vigário da Vila Isabel. Ajudamos a mudar o bairro, conseguimos asfalto, escola, creche. Ajudei a dar uma nova cara para o bairro. Criei também as festas da Babilônia. Fui o grande responsável pelas festas no santuário.  Ajudei a fundar o sindicato dos metalúrgicos em São Carlos. Primeiro trabalho foi com os jovens operários católicos e como não havia uma organização de defesa dos trabalhadores ajudei a fundar. Muitos políticos e industriais não aceitavam, mas fundamos e nos reunimos no porão da catedral.

 

PP: Porque o senhor deixou a Vila Izabel?

Pe. Tombolato: Aos 75 anos, como manda a Igreja, coloquei meu cargo a disposição. Muitas pessoas de lá tem grande apego comigo. Não quis ficar lá para não atrapalhar o trabalho do novo padre. Ele teria que caminhar com a comunidade e já tinha feito a minha parte. Então pedi para o bispo e ele me deixou morar aqui e fundar este oratório, esta capela semi-pública para rezar com as pessoas que me procuram. Hoje já estou velho e tem hora que eu acho que estou no bico do urubu, eu vivo a base de remédios, dores por todo o corpo.

 

PP: Apesar de falar das dores o senhor tem um sorriso, uma alegria que todos destacam.

Pe. Tombolato: Olha, a fonte da felicidade é Deus, quem esta bem com Deus esta bem com tudo. Quem não tem Deus já fica difícil. A felicidade daí não felicidade de verdade. Agora quem tem Deus, mesmo nos meio dos seus problemas é feliz. Não dá pra explicar. Por isso, mesmo com dores eu sou feliz, porque Deus me faz feliz.

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