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Diminuição de sal em alimentos terá pouco impacto

23/02/2013 14h24 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Diminuição de sal em alimentos terá pouco impacto

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) revelou que os acordos firmados entre governo e indústria, desde 2011, para reduzir o sódio em alimentos prontos terão pouca eficácia, pois boa parte do mercado já cumpre, de partida, as metas propostas.

 

O Idec analisou, em janeiro e setembro de 2012, 530 produtos das principais marcas do mercado que integram as metas das últimas fases do acordo previstas até 2014. Dos produtos analisados, 156 marcas de bolos e rocamboles com ou sem recheio (68%), 21 maioneses (52,4%), 27 salgadinhos de milho (72,7%), 40 batatas fritas e palha (59%) e 245 biscoitos doces e salgados (62,4%) já cumpriam as metas.

O levantamento do Idec reforça a avaliação já feita no início dos acordos de que as metas eram pouco ambiciosas. E conta com o respaldo de médicos.

Para a nutricionista, Camila Gomes Komatsu, esse acordo auxilia na melhoria da qualidade de vida da população, especialmente dos hipertensos. Pois o sal, quando consumido em excesso, pode aumentar a pressão arterial em alguns indivíduos, levando a um maior risco de doenças cardiovasculares.

“Atualmente os brasileiros consomem mais do dobro do limite de ingestão diária e uma redução do consumo pode diminuir os níveis da pressão arterial, diminuindo também o risco de desenvolver essas doenças”, comenta Komatsu.

Estima-se que, no Brasil, o consumo médio de sal seja de 12 g diários. O recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é abaixo de 5 g de sal, equivalente a 2 g de sódio.

O consumo excessivo do sódio está associado com aumento da pressão arterial, aumento do risco de acidentes vasculares cerebrais e de doença coronariana. Também pode contribuir para o desenvolvimento de câncer gástrico e osteoporose.

Mesmo que o acordo traga poucas mudanças na composição de sódio nos produtos industrializados, poderá servir de incentivos para o uso controlado na alimentação diária e caseira da população.

Desde abril de 2011, o Ministério da Saúde tem anunciado parcerias voluntárias com a indústria de alimentos para reduzir o sódio da dieta do brasileiro e, assim, o impacto de doenças.

Para o MS, o primeiro objetivo é conseguir a adequação de 50% das marcas à meta, já que há ainda muita disparidade no uso do sódio. Novas metas serão criadas e o processo vai se estender até 2020, quando todo o mercado deverá usar os menores índices praticados hoje, alcançando a meta de 20 mil toneladas de sódio a menos no mercado brasileiro.

A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) explica que a redução é calculada com base no maior valor praticado para trazer todos os fabricantes a um padrão mínimo, que pode ser revisto no futuro.

A nutricionista também alerta que ao comprar alimentos industrializados, deve-se atentar que os alimentos doces também possuem sódio, portanto é importante ler a tabela nutricional dos produtos e os ingredientes de sua composição para facilitar na escolha. “Deve-se sempre escolher aqueles produtos que contêm baixos teores de sódio, e também de aditivos artificiais que podem ser tão prejudiciais quanto o sal”, explica.

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