Em noite de manifestação, UPA é fechada novamente
Familiares de mulheres que morreram durante ou após a gestação cobram respostas das mortes que aconteceram na Maternidade e na Santa Casa nesse ano. Dados do próprio hospital apontam quatro óbitos neste ano. O mais recente foi o de Djuly Endel da Silva Brandão, de 26 anos, grávida de 30 semanas. Eles se reuniram na noite de ontem, na Praça Coronel Salles, na Passeata pela Vida, um movimento de ativistas que resolveu se reunir para chamar a atenção das autoridades. “Pagamos os impostos para termos saúde de qualidade. A saúde está um caos e os políticos estão pouco se lixando para a gente. Nós não queremos chamar a atenção apenas para o caso da Djuly, mas as mortes de outras gestantes que aconteceram na cidade”, disse Lucilene Poliana da Silva, irmã de Djuly, que morreu no dia 22 de março. “Nenhum governante nos procurou, o que é muito triste”, desabafou.
O médico Walter König conseguiu fazer o parto da menina que Djuly gestava. Isadora, que nasceu de 7 meses, está internada na UTI Neonatal. “Ela respira com a ajuda de aparelhos. Temos fé em Deus que vai sair bem dessa”.
Lucilene relembrou que os médicos nunca deram uma resposta concreta sobre os problemas de Djuly. Primeiro, era uma infecção urinária, depois suspeitaram de cálculo renal. Ela afirma que a irmã fez o pré-natal corretamente.
Atitudes
Larissa dos Santos Souza era cunhada de Liliane Marinovic, que morreu em 18 de fevereiro, quatro dias depois de ter um bebê. A mulher de 28 anos teve infecção generalizada. “Os governantes precisam tomar atitudes, caso contrário teremos mais filhos sem mães em São Carlos. As gestantes da cidade, hoje, têm medo do que pode acontecer antes, durante ou após o parto”.
A organização do evento estimou 350 pessoas na passeata. Os agentes de trânsito disseram que foram 200 manifestantes, aproximadamente.
A passeata começou na Praça Coronel Salles. Os participantes caminharam até a Maternidade Francisca Cintra Silva, fizeram alguns minutos de silêncio e terminaram com a oração do Pai Nosso.
Depois, alguns manifestantes seguiram até o Paço Municipal.
UPA do Aracy é fechada novamente
A Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos comunicou que a Unidade de Pronto Atendimento – UPA – do Cidade Aracy fechou às 19h de ontem, dia 31 de março, em virtude da falta de médicos de urgência e emergência para compor as escalas de plantões.
A Secretaria de Saúde solicita que as pessoas que necessitarem de atendimento médico de urgência e emergência neste período em que a unidade ficar fechada, devem procurar a UPA da Vila Prado ou o SMU da Santa Casa.
Dos 55 médicos habilitados e convocados por concurso público e Processo Seletivo Simplificado, 21 estão trabalhando. 15 médicos não compareceram ou desistiram e 19 médicos estão em processo de contratação com pendências de documentos.
Hoje, para atender a rede de urgência e emergência no município são necessários pelo menos 98 médicos. Esse número pode diminuir com o aditivo de contrato, ou seja, um médico pode assumir até três plantões semanais, o que já está sendo providenciado.
