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Epidemiologista expõe vantagem da vacina contra Covid-19

Estudos preliminares mostram que coquetel que contém combinação de medicamentos ainda em fase de teste tem eficácia inferior ao imunizante

27/04/2021 07h05 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Epidemiologista expõe vantagem da vacina contra Covid-19 Foto: Divulgação

A batalha mundial para combater o SARS-CoV-2, conhecido como coronavírus, tem unido estudiosos de todo o mundo em busca de uma medicação que possa eliminar o vírus. Até o momento, se tem a vacina que diminui o efeito da doença Covid-19, causada pelo contágio do microrganismo infeccioso nos seres humanos.

De acordo com o professor especialista em epidemiologia e coordenador técnico do Comitê de Controle do Coronavírus da UFSCar, Bernardino Alves Souto, ainda não existe nenhuma medicação capaz de combater direta e efetivamente na medida necessária a pandemia de coronavírus. “Medicação preventiva só existe a vacina”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou há duas semanas o uso emergencial de coquetel de anticorpos contra Covid-19. Ele não é vendido em farmácias e seu uso é restrito a hospitais. Em março, a agência aprovou o registro do antiviral experimental remdesivir.

Trata-se de um coquetel que contém a combinação de casirivimabe e imdevimabe (Regn-CoV2), dois remédios experimentais desenvolvidos pela farmacêutica Roche. É o segundo medicamento aprovado provisoriamente pela agência. O primeiro foi o remdesivir. A aplicação é intravenosa e o medicamento é indicado para o começo da doença. O uso é restrito a hospitais e a venda é proibida ao comércio.

Bernardino reforça que as medidas não medicamentosas de efeito preventivo são as que vimos sempre divulgando: distanciamento social, uso de máscaras e higiene. “Para tratar especificamente o vírus, ainda não existe nenhum medicamento”.

Segundo ele, o tratamento com as drogas experimentais que se faz é de suporte ao organismo de modo a socorrer os órgãos que entram em mau funcionamento por efeito da infecção viral, para que o mesmo consiga resistir às agressões e efeitos derivados desta infecção até que o próprio organismo consiga se livrar do vírus.

“Os anticorpos monoclonais são produzidos em laboratório para agirem contra determinadas partes do vírus de modo a impedi-lo de entrar nas células. Enquanto a vacina induz o organismo a produzir anticorpos, os anticorpos monoclonais já são os anticorpos prontos, produzidos artificialmente a partir de uma amostra natural”.

O epidemiologista reforçou que estudos ainda têm sido propostos para tratar pessoas que adoecem com Covid-19 e, ao mesmo tempo, são portadoras de fatores de risco para evoluir de forma grave. São indicados numa fase inicial do adoecimento em que a pessoa ainda não precisa de internação hospitalar.

“O efeito da vacina é muito mais eficaz do que o dos anticorpos monoclonais em evitar a Covid-19 e suas formas graves. O custo da vacina também é altamente vantajoso em relação aos anticorpos monoclonais”.

Ele explicou ainda que alguns estudos indicam que os anticorpos monoclonais podem reduzir em cerca de 30% a complicação grave pela Covid-19 quando usados precocemente em pessoas com fator de risco para a forma grave da doença.

Contudo, reforçou, em termos de eficácia, a vacina é muito superior. No momento atual do conhecimento científico, o ideal seria vacinarmos toda a população e só usar anticorpos monoclonais em quem a vacina não fizer efeito; ainda assim, como dito, na fase inicial da infecção e somente em pessoas com fator de risco para forma grave da doença. “Esses anticorpos estão em estudo ainda e o que se sabe sobre o benefício dos mesmos é preliminar. A aprovação para uso que existe é só de caráter emergencial”.

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