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Estação Ecológica do município pode ser extinta

A professora Marilene Boaretto demonstrou a sua preocupação na extinção do Instituto Florestal

21/08/2020 13h48 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Estação Ecológica do município pode ser extinta Foto: Divulgação

A professora do estado aposentada, Marilene Boaretto, que mora em Itirapina, participa no Conselho Consultivo da Estação Ecológica, e desenvolve atividades de educação ambiental como voluntária na Fazendinha, conversou na manhã de ontem (20) com o apresentador Luis Morelli do programa Fala São Carlos, sobre a sua preocupação na extinção do Instituto Florestal e consequentemente da Estação Ecológica de Itirapina.

Marilene explica a sua preocupação sobre as medidas do projeto lei (PL 529/20), em regime de urgência, e uma delas é com relação a extinção do Instituto Florestal. “O PL 529/20 apresenta várias medidas e uma delas é a medida de extinção do Instituto Florestal, que administra a Estação Ecológica de Itirapina, entre outras extinções que constam no projeto, por isso estamos preocupados com essa medida sem a devida discussão com a sociedade”, relata.

Segundo ela, a minha bandeira, como cidadã, é levar o conhecimento dos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Florestal e pela Estação Ecológica, bem como sobre esse projeto de lei, para a população. “Como cidadã e professora, a minha posição é explicar a população sobre as medidas de extinção e reformulação que constam nesse projeto de lei, porque é bastante amplo. E também levar ao conhecimento da população sobre a importância dos trabalhos do Instituto Florestal”, comenta.

De acordo com a professora Marilene, atualmente a Estação Ecológica de Itirapina desenvolve vários trabalhos importantes, como por exemplo, a monitoração de aves no cerrado, que tem quase 300 espécies de aves.

Por isso, a importância de debater com a sociedade essa medida de extinção do Instituto Florestal, ressalta Marilene. “Então, devido a importância dos trabalhos de preservação do meio ambiente pelo Instituto Florestal e por suas Estações Ecológicas, é necessária uma discussão profunda com a sociedade sobre essa proposta de extinção pelo governo de São Paulo”, enfatiza.

Ela afirma que o Instituto Florestal tem recursos próprios, por meio da sua produção. “Mas assim, o Instituto Florestal produz recursos. Então, será que é necessário a extinção dele, será que é uma boa ideia no intuito do enxugamento da máquina estadual. Portanto, tudo que o Instituto Florestal representa e que tem recursos próprios, portanto, é necessário o debate dessa medida do governo”, finaliza.

PL 529/20

No dia 13 de agosto foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, o projeto de lei nº 529/20, de autoria do governador João Doria (PSDB), e tramita em caráter de urgência na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), que pretende extinguir 10 autarquias, fundações e empresas públicas com a justicativa de equilibrar as contas públicas e promover um ajuste fiscal em função dos gastos excessivos motivados pela pandemia do novo coronavírus.

O Instituto Florestal, uma unidade administrativa da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, é uma das entidades que será extinta conforme artigo 66 do PL 529/20.

Devido a isso, vários ambientalistas e entidades já se manifestaram contrários a essa extinção, como por exemplo, a Associação dos Especialistas Ambientais do Estado de São Paulo (AEAESP), que encaminhou a imprensa uma carta aberta contra a extinção do Instituto Florestal e unificação dos Institutos Botânico e Geológico. Na carta a AEAESP vem tornar pública a importância da manutenção dos Institutos Florestal, Geológico e Botânico.

O Instituto Florestal

O Instituto Florestal (IF) é uma das instituições ambientais mais antigas do Brasil. Atuante desde 1896 teve papel marcante na conservação, pesquisa, produção, e desenvolvimento florestal do estado, influenciando ações e políticas de âmbito nacional.

Sediado no Parque Estadual Alberto Lofgren (Horto Florestal) desde a sua origem quando essa área foi desapropriada e adquirida para esta finalidade, o Instituto é o responsável direto pela criação e amplo desenvolvimento de uma rede de Unidades de Conservação (UCs) com quase um milhão de hectares, contribuindo para que São Paulo seja o estado que mais preserva Mata Atlântica no Brasil e detenha hoje um patrimônio natural de valor universal, de grande significado, tanto para o bem-estar da população quanto para a economia.

Atualmente, o IF conta com 64 pesquisadores científicos e suas pesquisas se concentram nas áreas de conservação da natureza, manejo e produção florestal. As pesquisas realizadas pelo IF geram conhecimento técnico-científico que tem sido fundamental para dar suporte às políticas públicas promovidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, hoje Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Esse mesmo corpo técnico apresenta forte compromisso com a formação e capacitação de novos pesquisadores e profissionais nas áreas florestal e ambiental, seja por meio de seu programa de estágio junto ao Centro de Integração Empresa Escola – CIEE, seja por seu Programa de Bolsas de Iniciação Científica vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento – CNPq.

Atualmente, o IF responde por 10 Estações Ecológicas, sendo uma instalada no município de Itirapina, 1 Parque Estadual, 18 Estações Experimentais, 2 Viveiros Florestais, 2 Hortos Florestais e 14 Florestas Estaduais, totalizando mais de 51.500 ha, conservando áreas de Mata Atlântica, Cerrado e plantios experimentais.

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