Fazenda da Toca suspende expansão dos orgânicos e demite 36 trabalhadores em Itirapina
Uma decisão do empresário Abílio Diniz colocou fim ao plano de expansão de produtos orgânicos da Fazenda da Toca. A decisão resultou na demissão de 36 trabalhadores que atuavam no projeto de novos produtos, como comida pronta e barras de cereais. Nada sairá do papel. As linhas de sucos e molho de tomate serão canceladas. Apenas a venda de ovos se manterá por não demandar muita mão de obra e investimento.
Na semana passada, em uma reunião de conselho do grupo Península Participações, o empresário Abílio Diniz decidiu não dar continuidade ao plano de expansão da linha de produtos da Fazenda da Toca, comandada por seu filho Pedro Paulo.
Segundo a revista VEJA SÃO PAULO, pai e filho se desentenderam porque o primeiro acredita que os retornos financeiros no negócio em questão são pequenos perto do portfólio da empresa.
A Fazenda da Toca irá seguir na produção de itens do gênero, agora com o foco na venda de matéria-prima para outras empresas. A produção de itens sustentáveis e orgânicos fez Pedro Paulo Diniz mudar seu estilo de vida. Ele passou a morar na fazenda e a dedicar a sua vida a pesquisas e cursos para o melhor manuseio do solo.
Herdeiro de uma das maiores fortunas do país, era comum vê-lo com as mãos na terra. Localizada em Itirapina, a 200 quilômetros de São Paulo, a propriedade de 2.300 hectares de área foi adquirida em 2009 por Pedro Paulo. Em 2014, a Fazenda da Toca adotou a técnica sintrópica, que procura seguir o ritmo natural dos ecossistemas.
A seguir, o comunicado oficial da Fazenda da Toca:
“A Fazenda da Toca, empreendimento de Pedro Paulo Diniz, anuncia que nos próximos dez anos vai dobrar os investimentos para ampliar sua produção agrícola e desenvolver pesquisas aplicadas em sistemas agroflorestais em larga escala. A marca também comunica sobre a decisão de desativar sua linha de sucos e molhos, seguindo com a produção de ovos e migrando seu portfólio para atender e desenvolver produtos para a indústria de alimentos orgânicos, no Brasil e no exterior. Esse é um mercado muito promissor, no qual a Fazenda da Toca já atua exportando polpas de frutas orgânicas e, a partir de agora, vai focar em ampliar essa atuação.”
Após a publicação dessa matéria, a assessoria da Fazenda da Toca procurou a coluna da VEJA SÃO PAULO. Segue o comunicado:
Em relação à matéria publicada no Blog Terraço Paulistano nesta sexta-feira (20), a Fazenda da Toca comunica que a decisão de descontinuar sua produção de sucos e molhos de tomate tem relação com a reflexão sobre o real propósito do negócio, que a partir de agora passa a concentrar esforços e investimentos na ampliação da produção agrícola, orgânica, e na pesquisa em sistemas agroflorestais em larga escala. A decisão aconteceu durante discussões realizadas dentro do Conselho da Península Participações (investidora sócia de Pedro Paulo Diniz), do qual fazem parte acionistas e conselheiros executivo e não ocorreu nesta semana (período em que não foi realizada nenhuma reunião executiva já que os conselheiros encontram-se fora do Brasil).
A Fazenda da Toca reforça, também, que o papel de Abilio Diniz na decisão foi única e exclusivamente como Presidente do Conselho de Administração da Península e não envolve nenhuma questão ou desentendimento familiar.
Ainda sobre o conteúdo da matéria, a empresa declara que as demissões aconteceram em função da configuração da nova estrutura e todos os colaboradores receberam pacote de desligamento que, além de cumprir a legislação trabalhista vigente no Brasil, considerou a extensão e inclusão de outros benefícios.
A empresa declara também que, ao contrário do fim – como foi publicado – as mudanças representam o começo de um novo ciclo para a Fazenda da Toca. Acima de questões financeiras ou do desempenho empresarial da família, está a vontade de fazer o bem pelo planeta. A movimentação que está acontecendo agora segue pautada nesta verdade.
