Itirapina: Família quer que polícia apure causas do desabamento
Foi enterrado na tarde desta sexta-feira, 28, o corpo de Bruno Eduardo dos Santos, de 3 anos, morto após a parede de um galpão em construção desabar sobre a casa em que ele morava com a mãe, a empregada doméstica Jéssica Correia dos Santos.
Durante o velório a comoção e o desespero tomaram conta dos familiares que pedem por justiça e uma apuração dos fatos. “Nós queremos que alguém apure de quem a responsabilidade. A construção estava autorizada, tudo estava correto? É isso que nós queremos saber. Nada irá trazer meu sobrinho de volta. Mas se tiver um culpado, que seja punido”, desabafou Pedro dos Santos, tio do menino morto.
Vizinhos da família não acreditam em fatalidade e denunciam supostos erros na obra do barracão. O agente penitenciário Silmar Marino, 44, conhece a família há vários anos. Jéssica, a mãe de Bruno, trabalha para a família de Marino. Inconsolado com o fato ele afirma que por várias vezes percebeu que poderia ter algo de errado na construção. “Todas as paredes tem quatro vigas de sustentação, porque apenas a dava para casa do menino tinha apenas duas?”, questiona.
Chorando muito Jéssica falava a todo o momento que não conseguiu salvar seu filho. “Ele e o priminho pediam socorro, choravam pedindo para sair de lá. Porque isso com meu filho? Tão pequenino. Nunca mais vou ver ele”, dizia a mãe, que era amparada por várias pessoas. O velório que começou por volta das 9h30 de ontem e a todo o momento chegavam pessoas de todos os bairros prestarem solidariedade aos pais e familiares.
A TRAGÉDIA
O menino de 3 anos morreu após a parede de cerca de 4 metros de altura de um barracão em construção desabar sobre a casa onde ele morava, na noite de quinta-feira. Cinco pessoas estavam na casa.
No quarto estavam Bruno e o primo Adrian Correia dos Santos, de 2 anos. Eles ficaram presos nos escombros. A família morava na Rua Cinco, no bairro Monte Alegre. Adrian sobreviveu e esta internado na Santa Casa de Rio Claro e não corre risco de morte. A mãe dele, que está grávida de cinco meses também se feriu e ficou no hospital em observação.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil abriu um inquérito apara apurar o motivo do acidente. Segundo informações de funcionários da prefeitura o barracão pertence a familiares de uma loja de material para construção da cidade. Ontem pela manhã o local estava interditado e no inicio da tarde, técnicos da prefeitura realizaram uma primeira vistoria no local. A Secretária de Planejamento não informou se a obra estava autorizada, já que no local não havia nenhuma placa com o nome do engenheiro responsável.
ASSISTÊNCIA
A Secretaria de Assistência Social esta atendendo a família de Bruno. Todo o preparativo do velório, documentação foi providenciada pela prefeitura. De acordo com a secretária Deborah Cristina Gomes, o segundo passo é verificar as necessidades da família. “Tudo o que for possível dentro da lei iremos fazer para ajuda-los”, finalizou.
