Laboratório na UFSCar trabalha com certificação e inovação de próteses
O Laboratório de implantes da Unidade de Negócios Metais-Cerâmica da Universidade Federal de São Carlos tem uma dupla atuação: ao mesmo tempo em que caracteriza amostras de próteses, verificando a conformidade com especificações e normas, nele são desenvolvidas pesquisas que buscam inovação.
A Unidade integra o Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais – localizado no DEMa/UFSCar.
Ivan Moroz, pesquisador do laboratório, explica que a caracterização e verificação das especificações são exigidas pelos órgãos competentes para produção e comercialização das próteses.
Empresas entram em contato com o laboratório que, de posse de amostras de produtos, realiza ensaios e testes para verificar eles respeitam as normas exigidas: “Nós reportamos esses resultados para os clientes, e eles entram com pedido de registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no intuito de comercializar os produtos”, diz Ivan.
Ele afirma que existem mais de 100 empresas cadastrados junto ao laboratório, e que embora o pólo de atendimento sejam empresas do Estado, o laboratório realiza testes para clientes no Rio Grande do Sul e até Argentina.
“Já testamos produtos para o ombro, em stents cirúrgicos, próteses de quadril, de sistema vertebral, subsistema de coluna”, cita Ivan. Além disso, eles atuam em produtos que atuam na solução de traumas e fraturas, como placas de fixação.
Os serviços do laboratório, que tem certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), são cobrados, e o dinheiro é revertido em melhorias do laboratório.
Como exemplo de testes, ele cita o de resistência à fadiga e o de resistência mecânica. A diferença, ele explica, é que no de resistência mecânica é aplicada um ciclo de carga sobre os produtos, até que eles entortem. No de resistência à fadiga, ao contrário, são aplicadas cargas menores, mas em um número de ciclos muito maior: “No caso de placa, aplicamos ciclos de 1 milhão. No de prótese de quadril, são 5 milhões de ciclos”.
Ele explica que dependendo dos produtos e do tipo de teste, os ensaios podem durar de dois dias a 3 meses: “São testes fundamentias, tanto para os fabricantes, quanto para os pacientes”, diz Ivan.
INOVAÇÃO
Ele explica que um dos processos de inovação que estão sendo realizados no laboratório, envolve o trabalho de várias disciplinas, e está relacionado à busca de um novo recobrimento para prótese; recobrimento esse que possa acelerar o processo de fixação e consolidação da prótese.
“Estamos buscando formas para tornar mais rápida a recuperação do paciente. No teste, são simuladas as condições do corpo humano, tais como temperatura e exposição a uma solução salina”, diz.