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Mineradora pode destruir Estrada de Ubá

Tráfego de caminhões carregados com areia pode abreviar vida útil de vicinal que não recebeu asfalto preparado para este tipo de veículo

05/02/2024 23h58 - Atualizado há 6 meses Publicado por: Redação
Mineradora pode destruir Estrada de Ubá

Nem sequer foi inaugurada e a Rodovia Vicinal ITR-020 faz ligação da estrada vicinal Itirapina ao bairro Ubá, em Itirapina, já está ameaçada de uma deterioração precoce. O problema está nas atividades da Mineração Angico Ltda, CNPJ  30.669.639/0001-25, localizada na Fazenda Grão de Ouro.

As áreas ambientalmente protegidas são espaços, definidos por meio de leis e decretos, com objetivo de preservar e conservar o patrimônio natural dos nossos ecossistemas, bem como garantir seus aspectos ecológicos, geológicos, históricos e culturais.

Dezenas de caminhões carregados passam diariamente pela vicinal. Como a rodovia não foi preparada para resistir a este tráfego pesado, a vida útil do asfalto pode ser bem curta.  A Estrada de Ubá tem extensão de 6 km e investimento previsto de R$ 12.798.830,67.

Em 2022, o Ministério Público Federal (MPF) localizado em São Carlos recebeu uma denúncia contra a mineradora, que, de acordo com uma fonte, estaria promovendo a retirada de areia de sua sede, no bairro rural de Ubá, em Itirapina (SP) sem as devida autorização da União para a lavra do minério e a licença ambiental da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). De acordo com os denunciantes, a mineradora teria o aval do Agência Nacional de Mineração apenas para realizar a pesquisa, mas não para a lavra da jazida de areia.

A atividade industrial da Angico revoltou os proprietários de chácaras em Ubá e também moradores da região de bairros de Itirapina, pois interrompeu a tranquilidade de uma das áreas mais bonitas e bucólicas do Estado de São Paulo, além de aumentar o tráfego pesado de veículos dentro da área urbana, o que também estaria comprometendo o pavimento asfáltico de várias ruas. Segundo um dos moradores daquele, bairro o problema começa de madrugada. “Às 2h os caminhões já começam a circulam, promovendo uma barulhada e atormentando todo mundo. Não temos mais nem o direito de dormir em paz. E o pior é que os políticos fecham os olhos. Ninguém faz nada”, disse um morador.

Para agravar ainda mais a situação, a Angico teria planos de explorar uma nova jazida de areia de quartzo na Região do Passa Cinco, considerado um santuário ecológico, o que está causando extrema revolta dos ambientalistas itirapinenses. “É uma situação absurda. Querem acabar com o paraíso ecológico de Itirapina. E o pior é que não vemos a Prefeitura Municipal se manifestar em defesa dos biomas e do ecossistema em geral. É um total absurdo”, disse um cidadão que não quis se identificar.

Em uma outra entrevista, o secretário municipal de Meio Ambiente de Itirapina,  Andreolli, confirmou que a Angico está retirando areia de Ubá de forma irregular, mas afirmou que não cabe ao município fazer este tipo de fiscalização. “Quem autoriza e fiscaliza a mineração é a CETESB e mesmo conhecendo a situação irregular não podemos fazer nada”. Ele também confirmou que a atividade mineral está sendo realizada em área de preservação ambiental.

O membro do COMDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), José Anísio, afirma que a Angico teria começado a operar em Itirapina antes de ele fazer parte do conselho. Ele negou que teria sido afastado do COMDEMA ao se colocar contra a empresa. “Isso não é verdade”, ressaltou.

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