Moradores reclamam de abandono de galpão do Parque Delta
Passados 45 dias do incêndio que destruiu um galpão utilizado para o descarte de pneus no Parque Delta, os moradores continuam reclamando da invasão do espaço por usuários de drogas, além da sujeira deixada pelos restos de pneu que foram queimados no incêndio do dia 20 de maio.
A Prefeitura alega que os pneus são retirados semanalmente do espaço. Na última quarta-feira (12) um caminhão providenciou a retirada de mais de 10 toneladas de material, fato que foi constatado pelo aposentado Eduardo Nunes, que mora na rua João Breganholo, local em que era feito o descarte. “Ainda tem um monte de pneu. O problema é que os usuários de drogas continuam entrando e dá medo em que passa por aqui”, reclama.
Outro morador que não está satisfeito com a situação é o jardineiro Juarez Xavier de Souza. Ele diz que o depósito serve de criadouros de cobras e escorpiões. “Não passa uma semana sem a gente matar cobra e escorpião”, explica.
Os restos de pneu queimado provocam um cheiro forte, que incomoda quem tem problemas respiratórios, como a sogra do jardineiro. “Como ainda tem pneu aqui, tem um pessoal que usa droga que entra e pega pneu do galpão, provavelmente para vendê-lo, e comprar essas porcarias”, lamenta.
Paula Cristiane Faria mora a poucas quadras do galpão. Ela diz que o bairro está infestado por mosquitos e desconfia que o irmão Rodrigo contraiu dengue em função dessa falta de cuidado. “Precisam dar solução a esse caso. Quem garante que o meu irmão não pegou dengue por causa dessa sujeira”, questionou a moradora. Paula afirma que o irmão está se recuperando bem da doença.
SEMANAL – A Prefeitura de São Carlos informou que as retiradas de pneus do galpão são semanais. Por enquanto, o recolhimento de pneus em borracharias está suspenso e qualquer denúncia sobre o descarte clandestino no espaço pode ser encaminhada à Ouvidoria Municipal pelo telefone 0800 770 1552.
Incêndio aconteceu no dia 20 de maio
O incêndio que destruiu parte de um galpão na rua João Breganholo, no Parque Delta, aconteceu na manhã de 20 de maio. Corpo de Bombeiros, brigadistas e Defesa Civil trabalharam por 24 horas para conter o fogo, que consumia os pneus.
À época ventilou-se a possibilidade de o incêndio ter sido criminoso, fato que é apurado pela Polícia Civil. O promotor público Sérgio Domingo de Oliveira acompanha o caso.
Dias antes, o advogado do PSOL, Flávio Lazarotto, havia encaminhado denúncia ao Ministério Público expondo o descarte de pneus, que segundo ele, era feito em um local desprotegido, sem os mínimos cuidados necessários.
