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Número de casais que optam em não te filhos aumenta quase 5%

24/12/2012 12h03 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Número de casais que optam em não te filhos aumenta quase 5%

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um estudo que faz uma análise de várias condições e aspectos da vida da população brasileira, tais como educação, renda, idade…E um desses aspectos foi abordados foi o da reprodução dos casais.

Nesse quesito especificamente, a parcela de casais que têm optado em não ter filhos vem crescendo: em 2001, 13,8% deles não tinham filho. Em 2012, esse número passou para 18,5%. A taxa de fecundidade total, definido como o número médio de filhos nascidos vivos que uma mulher teria ao fim de seu período reprodutivo, esta reduzindo: em 2011 cada mulher tinha em média 1,95 filho. Este número é menor do que a taxa de reposição da população, que é de 2,1 filhos por mulher. 

“Essa preocupação já existe na Europa há uns 15, 20 anos. Alguns países, inclusive, tiveram que implantar políticas reprodutivas, de incentivo a que os casais tivessem filhos”, afirma Maria de Jesus Dutra Reis, professora do departamento de psicologia da UFSCar: “Essas mudanças têm muito a ver com a transformação da família. O que vemos no Brasil é algo muito parecido com o que aconteceu na Europa”, completa.

Segundo a professora, o sentido de individualidade que caracteriza nossa cultura é um fator que ajuda nessas mudanças de comportamento: “Nós somos uma cultura muito individualista, e nos últimos 40 anos desenvolvemos algumas perspectivas de criação de subjetividade que nos faz valorizar algumas características próprias”, afirma Reis, explicando que, como indivíduos, cada um de nós quer ter um eu reconhecido: “Queremos ser alguém admirado pela capacidade criativa, pelo trabalho, temos ansiedades e metas de sermos bem sucedidos…Queremos ser amados não pelo que a gente é, mas pelo que a gente tem”, afirma.

 E tudo isso, segundo a psicóloga, tem criado uma cobrança muito grande feita a cada indivíduo: “Acredito que, no momento, haja a criação de uma subjetividade que é muito voltada para conseguir coisas para si. Tanto homens como mulheres têm metas muito específicas de sucessos próprios: primeiro eles querem ter sucesso no trabalho, depois querem ter sucesso pessoal, depois elas querem ter dinheiro, casa própria. Daí, se eles tiverem conseguido o parceiro perfeito, eles pensam em ter filhos”, diz.

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