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Parceria entre USP e UFTM traz projeto inovador

08/06/2017 10h30 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Parceria entre USP e UFTM traz projeto inovador

Um projeto de pesquisa realizado em parceria entre a USP de São Carlos e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) gerou um protótipo funcional de uma colher adaptada para pessoas com dificuldades motoras decorrentes de limitações ocasionadas por doenças, por exemplo, como Parkinson.

A ideia do projeto de pesquisa surgiu em 2014 quando a estudante de Terapia Ocupacional da UFTM, Beatriz L. Pachelli, iniciou seu trabalho de conclusão de curso sob orientação de professora da mesma Universidade, Alessandra Cavalcanti de Albuquerque e Souza.

O objetivo do projeto foi desenvolver uma colher que trouxesse mais facilidade para pessoas que são acometidas do Parkinson em graus iniciais. A solução conceitual foi patenteada no início deste ano, e o protótipo funcional está em fase de testes preliminares, por meio do delineamento de experimentos denominados Single-User, em um projeto de iniciação científica da UFTM, com apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do CNPq e sob a orientação da professora Alessandra.

Em entrevista ao PRIMEIRA PÁGINA, a professora Zilda de Castro Silveira do Departamento de Engenharia Mecânica (SEM) da EESC, falou um pouco sobre o projeto. 

Zilda afirmou que a pesquisa acadêmica teve como motivação pessoas acometidas da doença de Parkinson, mas a ideia é que o utensílio alcance pessoas com outras disfunções neuromotoras (idade avançada, acidentes, AVCs). De qualquer forma, quem prescreve o “produto” é o profissional de Terapia Ocupacional, que avalia o tipo e grau de deficiência. No momento, há empresa em conversação com a USP-EESC e UFTM para comercializar a patente depositada de nossa solução para utensílio de alimentação.

Nesse momento, o protótipo da colher está sendo avaliado no Centro de Reabilitação da UFTM, junto aos pacientes (em torno de 3), previamente escolhidos pela equipe multidisciplinar.

Esses estudos são fundamentais para prescrever quais doenças/acidentes e graus podem se beneficiar com a solução de projeto que desenvolvemos. São estudos que levam de 3 meses a 8 meses para se obter resultados estatisticamente significativos, segundo a professora.

Valores – Mesmo em termos de custo para pesquisa é difícil ter um valor real, uma vez que se trata de um protótipo funcional e, normalmente, peça única ou com poucas unidades, fabricadas de forma mais acadêmica, declarou. Utilizando uma impressora 3-D do tipo low-end (baixo custo) em torno de R$ 5.500,00 a 8.000,00, a impressão de todos os componentes do cabo ficaria em torno de 25,00, sem incluir o valor da fixação e do próprio talher. Somando-se a esses custos, temos as atividades de pós-processamento da fabricação por manufatura aditiva feita por pesquisadores (mestrado e doutorado) e a própria hora dos mesmos, mais energia, material de consumo para o pós-processamento (lixas, álcool isopropílico, luvas, etc). Dessa forma, pode ter um custo maior do que, quando fabricada em um número maior de itens, explica a professora Zilda.

Outros projetos – Zilda disse que há dois projetos que estão sendo desenvolvidos na mesma linha. O primeiro trata-se de um Sling (ou Equipamento para sustentação e movimentação de membros superiores), cuja patente foi depositada no final do ano passado (2016), cujo objetivo foi permitir que uma pessoa sem movimento nos membros superiores, possa se exercitar com terapeutas ocupacionais, de forma a “ganhar” movimentos simples, para executar atividades diárias, como se alimentar, jogar, pintar. Atualmente, ele está no Centro de Reabilitação da UFTM sendo usado por pacientes da rede pública de saúde e estamos desenvolvendo melhorias de projeto, para atender outras funções neuromotoras. Há um segundo projeto de órteses para auxiliar escrita de crianças com paralisia cerebral.

Todos os trabalhos devem possuir um projeto, aprovado pelo Comitê de ética médica, para que se possa iniciar a pesquisa com pacientes e profissionais da área da saúde.

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