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Paz nas escolas gera debate

Segundo César Callegari, a violência têm origem na desigualdade, no racismo, no sexismo, na homofobia e nos preconceitos de classe social

19/06/2024 00h29 - Atualizado há 3 meses Publicado por: Redação
Paz nas escolas gera debate Foto: A mesa formada por autoridades para debater questões importantes, como o combate ao bullying e cyberbullying Foto: Divulgação

Fotos: Miltinho Marchetti

 

Marco Rogério

Com a presença de muitos professores, autoridades da educação e da política, foi realizado na manhã de ontem, terça-feira, 18 de junho, o “Diálogos CPP” como pauta dos fenômenos do bullying e cyberbullying. O objetivo é garantir o cumprimento da Lei 14.811/2024 para uma convivência ética nas escolas. O evento foi comandado palestrante a Profa. Dra. Luciene Regina Paulino Tognetta e mediação do sociólogo e consultor do CPP, Cesar Callegari.

Além dos convidados, a abertura do evento teve uma mesa formada pelo presidente do CPP, São Carlos, vereador e educador Azuaite Martins de França (Cidadania), do presidente da Câmara Municipal, Marquinho Amaral (Podemos), da diretora regional de Ensino, Débora Gonzalez Costa Blanco, do promotor de Justiça, Flávio Okamotto e do psicólogo Matheus Wada Santos.

O evento ainda contou também, na plateia, com a presença do ex-prefeito de São Carlos por dois mandatos, ex-deputado federal, ex-reitor da UFSCar e pré-candidato a prefeito nas eleições de 6 de outubro, Newton Lima (PT).

Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP e doutorado sanduíche pela Universidade de Genebra, Luciene é tambem Pós doutora pela Universidade do Minho (Portugal). É professora livre docente da Unesp de Araraquara, pesquisadora e líder do GEPEM (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral), da Unicamp/Unesp e organizadora do Programa de Implantação das Equipes de Ajuda no Brasil. Portanto, uma grande especialista no assunto.

Segundo ela, é necessário a adoção de metodologias para que a comunidade de estudantes que presencia o bullying mude de atitude e passe a se indignar com ele. “Temos incentivado as escolas a pensarem cada vez mais o tema da convivência. Hoje, temos uma rede de escolas públicas e particulares em que os jovens são formados para fazer o bem. Além disso, tivemos um aumento da cyberconvivência, mas não da regulação desta convivência, do estabelecimento de parâmetros para uma convivência harmoniosa”, ressalta Luciene.

O mediador do debate, o ex-secretário estadual de Educação e ex-deputado estadual César Callegari ressalta que a experiência mostra que escolas mais seguras são aquelas onde existe um ambiente democrático e participativo. “É nas relações das crianças e jovens com seus colegas e com seus professores que se desenvolvem valores fundamentais como respeito à diversidade, aos direitos humanos, à democracia, a não violência a tolerância, o não preconceito e ao trabalho colaborativo. Essas relações precisam ser cuidadas e orientadas por profissionais da educação. E eles precisam estar preparados para essa tarefa”,  explica ele.

Segundo Callegari, todas as formas de violência têm origem na desigualdade, no racismo, no sexismo, na homofobia e nos preconceitos de classe social. “O combate à violência na escola (como o bullying) e contra as escolas ( ataques armados) não pode ser “terceirizado”. É um desafio educacional, não policial.  Não são policiais dentro da escola, câmeras de vigilância, detectores de metal e revista a mochilas dos alunos  que vão tornar a escola segura. O que traz segurança é o fortalecimento das relações e afetos entre todos os integrantes da comunidade escolar- alunos, professores, funcionários, gestores e as famílias. Uma das minhas mais exitosas experiências como secretário da educação foi o Programa de Interação Família-Escola ( Premiado pela ONU) onde os professores passaram a visitar a casa de cada um dos seus  alunos. Não só diminuíram conflitos e violência, mas melhorou, e muito, o desempenho dos alunos”, conclui o especialista.

A realização do evento contou com apoio da Diretoria Regional de Ensino de São Carlos, do Jornal Primeira Página e da Rádio São Carlos.

 

 

 

 

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