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Pediatra Giusti participa do estudo clínico da vacina Janssen contra a Covid-19

O Coordenador do Banco de Leite da Maternidade da Santa Casa de São Carlos (SP) está recebendo a dose da vacina

16/12/2020 11h16 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Pediatra Giusti participa do estudo clínico da vacina Janssen contra a Covid-19 Foto: Divulgação

O Dr. André Giusti, pediatra e Coordenador do Banco de Leite da Maternidade da Santa Casa de São Carlos (SP), é um dos voluntários que participa do estudo clínico da vacina Janssen contra a Covid-19 (Coronavírus). “Fui voluntário do estudo clínico da Janssen. Recebi uma dose e não sei se tomei a vacina ou placebo, e não tive absolutamente nenhuma reação. Só vamos saber exatamente o que tomei quando os estudos encerrarem e abrirem o duplo-cego, que significa que, nem o pesquisador e nem o voluntário, sabem o que está sendo aplicado”, explica.

Ele recebeu a dose única na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRUSP), que é um dos 28 centros de pesquisa participantes do ensaio clínico no Brasil.

De acordo com o comunicado da divisão farmacêutica da Johnson & Johnson, que produz a vacina Janssen-Cilag “os resultados iniciais positivos da etapa anterior, chamada de fase 1/2a, ainda em andamento, demonstram que uma única dose da vacina induziu uma forte resposta de anticorpos neutralizantes em quase todos os participantes com 18 anos ou mais e foi bem tolerada. As respostas imunes foram semelhantes em todos os grupos etários estudados, incluindo os adultos mais velhos. Com base nesses resultados, a companhia está dando andamento ao estudo global de fase 3 com a dose única da vacina”.

O imunizante é composto por um vetor de adenovírus tipo 26 (Ad26), construído para codificar a proteína S do vírus Sars-CoV-2, responsável pela covid-19. O estudo deve ser realizado com até 60.000 pessoas, com idades de 18 a 60 anos. No Brasil, os testes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) serão aplicados em sete mil voluntários.

Entrevista

Dr. Giusti comentou sobre a produção de vacinas contra a Covid-19 e que várias delas estão na fase 3 de estudos clínicos no Brasil. A nossa reportagem questionou o pediatra Giusti com relação a intromissão política na produção das vacinas em nosso país. A Anvisa na semana passada anunciou as regras para a autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, de vacinas contra a Covid-19.

“Acho muito ruim. Creio que depois a Anvisa veio a público e manifestou que eles não estão a serviço de nenhum governo. A Anvisa tem que ser um órgão independente, autônomo e se basear simplesmente nos fatos científicos, para liberar qualquer tipo de medicamento, equipamento ou vacina”, ressalta.

Ele disse que as vacinas que estão na fase 3 podem ser utilizadas em caráter emergencial, desde que apresentem eficácia e segurança. “As vacinas contra a Covid-19 que estão na fase 3 e mostraram eficácia e segurança em seus estudos finais, podem ser utilizadas em caráter emergencial e não experimental, que é durante a fase. Após o final da fase 3, se houver a conclusão científica de que a vacina tem uma eficácia acima de 50%, de acordo com a Anvisa, ela já pode ser usada em caráter emergencial. A fase 2, é que determina a segurança para uso em humanos”, afirma.

Giusti também comentou sobre a vacinação na Inglaterra e os casos de duas pessoas com histórico de alergia grave que tiveram choque anafilático. “A vacina da Pfizer já tem o registro de segurança em humanos. O uso emergencial poderia ser considerado como uma fase 4, que é uma fase que não tem fim e ela é usada em milhares de pessoas. Eventualmente, dessas milhares de pessoas, uma gama muito pequena pode apresentar reações alérgicas graves. O laboratório tem sempre que monitorar isso. Um exemplo são as pessoas que são alérgicas a penicilina e não podem tomar antibiótico desse grupo das penicilinas. Se o pediatra vai receitar a amoxicilina, e a mãe, por ter o conhecimento de que a criança é alérgica, já vai avisar o médico. Ou seja, qualquer medicamento ou vacina, que não deixa de ser um tipo de droga aplicável, pode causar, a qualquer momento e em qualquer pessoa, uma reação alérgica. Isso não impede o uso emergencial da vacina”, finaliza.

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