Prazo de reajuste aos servidores federais acaba este mês
De acordo com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, o reajuste salarial de 15,8% apresentado para diversas categorias do funcionalismo público federal é o máximo que pode ser oferecido pelo governo. Além disso, o secretário lembrou que o dia 31 de agosto é o prazo máximo para um acordo para que o reajuste possa ser contemplado na proposta orçamentária do ano que vem.
Durante a manhã desta segunda-feira, 20, os técnico-administrativos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) se reuniram em assembleia para discutir mais uma vez se aceitam ou não o reajuste proposto. O balanço final da reunião foi decidido manter a greve e ver o que o governo tem ainda a oferecer.
De acordo com o coordenador geral, Sérgio Pinheiro Nunes, do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da Universidade Federal de São Carlos (Sintufscar), as propostas oferecidas não contemplam todas as reivindicações da classe. “Nossa expectativa é que o governo melhore as propostas”, comenta Nunes.
Amanhã, 22, a Federação das Associações de Servidores das Universidades Brasileiras (Fasubra) deve se reunir com os representantes do governo para uma nova rodada de negociações, caso nenhuma novidade seja apresentada pelo governo, a Federação apresentará a votação final sobre o destino da greve, decidida em assembleias das universidades federais do país.
O cientista político, Ricardo Ismael da Pontifícia, da Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, analisa que o governo errou em deixar a greve das universidades federais tomarem as proporções atuais. “A falta de diálogo e a demora nas negociações endureceram mais os grevistas e a continuidade da paralisação que é considerada a mais longa desde a década de 1980”, comenta Ismael.
Segundo a estimativa do governo, as paralisações atingem atualmente entre 75 mil e 80 mil funcionários públicos. Mas em contrapartida, para os representantes dos sindicatos em greve, são 370 mil servidores cruzaram os braços em todo o país.
Segundo o Ministério do Planejamento, todas as reivindicações salariais somam R$ 92 bilhões, metade da folha de pagamento atual.
Nos últimos oito anos, o governo aumentou em 133% a despesa com a folha de pagamento dos servidores federais. Dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento apontam que as despesas subiram de R$ 64,7 bilhões, em 2003, para R$ 151 bilhões no final do ano passado.
No acumulado do ano, os gastos com pagamento de pessoal somam R$ 182,2 bilhões. As despesas incluem salários de servidores militares e civis que estão na ativa, aposentados e pensionistas.