Prefeitura define nova engenharia de trânsito
Mudanças estão sendo realizadas no trânsito de São Carlos pensando em melhorias do sistema viário e fluidez no tráfego de veículos. Em entrevista ao Primeira Página, o Secretário Municipal de Transporte e Trânsito, Celso Higashi, explica sobre essas mudanças e os conceitos usados para interferir em pontos críticos.
O principal conceito utilizado nas intervenções é utilizar medidas já aplicadas em cidades de maior porte e que já dão resultados positivos. Na avaliação do secretário, estima-se aplicar ao sistema viário da cidade o máximo de rendimento e sem altos custos para a prefeitura.
As alterações se resumem, na visão de Higashi, na troca de sentidos das vias, nova sinalização e alterações de semáforos, partindo da área central para os bairros.
Com isso, ele espera promover a reeducação no trânsito por parte dos motoristas. “A logística da mobilidade urbana é importante para o desenvolvimento da cidade e da população”, comenta o secretário.
SEMÁFOROS – Sobre a retirada de semáforos em alguns pontos da cidade, Higashi explica que por causa do aumento da frota de veículos foi preciso restringir as possibilidades de conversões, fazendo com que fiquem apenas no cruzamento das principais vias de maior fluxo. Assim, também seria diminuído o número de semáforos e paradas.
O secretário usou o exemplo do cruzamento da avenida Comendador Alfredo Maffei com a rua Visconde de Inhaúma que continha quatro fases de sistema semafórico, e foi preciso reduzir para três priorizando apenas o cruzamento simples das vias e reduzindo o tempo de espera dos veículos. Para isso, outras ruas foram adaptadas para também ajudar no escoamento do fluxo
Com a mudança, o secretário diz que o motorista agora precisa se planejar no trajeto que irá fazer pegando vias alternativas e evitando o cruzamento. Ele ainda comenta que na época de implantação os semáforos se faziam necessário, porém, ao passar do tempo, em uma reavaliação pode-se perceber que usando planejamento, remanejamento ou retirada é possível ter outras melhorias. “O sistema viário é muito dinâmico e necessita de mudanças diárias”, afirma.
ONDA VERDE – O sistema da onda da verde é o sincronismo dos semáforos para que os veículos trafeguem na via em uma velocidade de 40 km/h. De acordo com o secretário, possuem este sistema em funcionamento e regular as ruas 15 de Novembro, Carlos Botelho e avenida São Carlos.
Porém, comenta que os semáforos da cidade não são todos iguais, e os mais antigos não possibilitam aplicar o sistema de onda verde. “A intenção é de que os próximos adquiridos sejam modernos”, disse.
FAIXA DE PEDESTRE – Fazendo alguns cálculos, Higashi afirma que necessita no mínimo de que 0,5% dos 870 quilômetros de sistema viário sejam exclusivos aos veículos, priorizando pontos apenas para este fluxo e evitando riscos aos pedestres. As faixas devem ser implantadas no local mais distante e seguro.
LOMBADA ELETRÔNICA – O secretário diz não ser a favor das lombadas físicas, pois não inibe o excesso de velocidade e ainda prejudica o veículo. Ele aponta como alternativa implantar o sistema de lombada eletrônica educativa e com radar que penalize apenas o motorista que estiver acima da velocidade permitida.
Segundo ele, existe um excesso de lombadas em São Carlos. São perto de 900 lombadas físicas para 870 quilômetros de via, estatisticamente uma lombada a cada 870 metros.
“Iremos pesquisar a melhor marca de lombada eletrônica em custo/benefício, e gradativamente implantando nas principais vias com o sistema de radar embutido na forma de rodízio”, comenta Higashi.
NOVA SINALIZAÇÃO – Outro conceito aplicado nas recentes mudanças foi a implantação de três faixas de rolamento em alguns cruzamentos semaforizados, fazendo com que mais veículos cruzem no mesmo intervalo de tempo.
Realizou também a exclusão de vagas e restrição em períodos para estacionamento em vias, oferecendo mais uma faixa de rolamento nos horários de picos.
Além disso, nos principais cruzamentos da área central, onde não havia visibilidade do tráfego, foi implantada uma faixa amarela que garante a distância mínima de 5 metros da esquina e também faixas de estacionamento exclusivo para motos que aumentam ainda mais o campo de visão. “Ficou mais fácil e seguro fazer o cruzamento”, destaca Higashi.
