Região Central concentra 129.910 pessoas acima de 65 anos
São Carlos é o município que mais abriga idosos, num total de 32.427, o que representa 13% do total da população

A Região Central do Estado de São Paulo abriga 129.910 pessoas com 65 anos ou mais, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos 26 municípios da Região Central, São Carlos é o município que mais concentra idosos, num total de 32.427, o que significa cerca de 13% do total da população. Em seguida vem Araraquara, com 31.683 moradores com esta faixa etária, o que corresponde também a 13% do seu total de habitantes.
O Estado de São Paulo contava, em 2022, com 175.774 pessoas com mais de 90 anos, sendo 123.498 mulheres e 52.276 homens. Os dados foram apurados pelo Censo Demográfico 2022 e estão disponíveis em painel da Fundação Seade, sendo possível filtrar dados por município, região administrativa e porte populacional, entre outros critérios. Em relação a 2010, o número de pessoas nesta faixa etária subiu 102,8%.
Os demais dados demonstram o envelhecimento da população no Estado de São Paulo, sendo possível notar o aumento do número de pessoas de faixa etária mais alta, ao mesmo tempo em que houve diminuição do número de pessoas de faixa etária mais baixa. O maior número de mulheres nas faixas etárias mais altas é uma tendência que já aparecia no Estado conforme os números do Censo 2010, e que se manteve em 2022.
Mestre em História e doutor em Sociologia, Fransérgio Follis, afirma que o envelhecimento da população no Estado de São Paulo, evidenciado pelo aumento do número de pessoas de faixa etária mais alta e pela diminuição do número de pessoas de faixa etária mais baixa confirma uma tendência das últimas décadas. “Entre as principais causas estão a melhoria das condições de vida da população mais idosa, maior acesso às informações sobre saúde e também a exames preventivos e ao acompanhamento e atendimento médico-hospitalar”, comenta.
Segundo ele, do lado oposto, a progressiva diminuição da taxa de natalidade em todas as classes sociais contribui também bastante esse aumento proporcional progressivo do número de idosos em relação ao número de jovens, fruto de uma maior preocupação com o planejamento familiar focado num menor número de filhos, o que tem como causa principal a necessidade de diminuição de gastos e com o aumento progressivo de necessidades reais e inventadas, e do consequente aumento de custos que a criação de filhos passou a representar com o passar dos tempos. Num mundo cada vez mais mercantilizado e consumista, criar filhos se tornou muito mais oneroso do que no passado”, reflete ele.
De acordo com o sociólogo, o expressivo maior número de mulheres idosas em relação aos homens idosos, inclusive na faixa etária de mais de 90 anos, também acompanha a tendência das últimas décadas. Segundo os estudiosos do tema, isso está ligado principalmente ao maior cuidado das mulheres com a saúde em relação aos homens. As mulheres se preocupam mais com a alimentação, com a prática de exercícios físicos e vão mais regularmente ao médico, se preocupando mais inclusive com os exames preventivos contra doenças.
CONSEQUÊNCIAS
Envelhecimento ampliará demanda de serviços municipais
Quanto às consequências desse envelhecimento, de acordo com Follis, teremos cada vez mais uma maior demanda por serviços especializados de atendimento às necessidades de uma população cada vez mais envelhecida, em que o poder público, sobretudo as prefeituras, já estão sendo chamadas a investir mais nas áreas da assistência médico-hospitalar, medicina preventiva, saúde física e mental, lazer e convivência social, serviço social, moradia adaptada, asilos e espaços destinados a proporcionar acolhimento, proteção e convivência a idosos cujas famílias não tenham condições de prover cuidados durante todo o dia ou parte dele, etc. “A legislação também deverá avançar cada vez mais no sentido de aprimorar e expandir os diretos específicos dos idosos, exigindo mais obrigações e responsabilidade social dos setores públicos e privados”, destaca.
Mas, segundo ele, para enfrentar esse desafio, o Brasil terá que enfrentar todos os problemas advindos de uma política marcada pelo populismo, pelo clientelismo, pela corrupção, pela má gestão dos recursos públicos, pelo abandono das políticas sociais, problemas estes muito presentes nas prefeituras e câmaras municipais. Também terá que enfrentar posturas neoliberais que rejeitam e driblam obrigações sociais. “Por outro lado, podemos apontar como positivo a existência de uma Constituição fundamentada em preceitos social-democratas, baseada em princípios humanitários como a cidadania social e a dignidade da pessoa humana, o que poderá fundamentar e ajudar na luta por uma vida mais digna aos idosos do país e no combate aos setores políticos que tendem a negar recursos econômicos e humanos à promoção da cidadania social. Por último, gostaria de ressaltar que, além de toda infraestrutura, a prestação de serviços de públicos de qualidade depende muito de funcionários públicos capacitados e valorizados”, conclui.
TOTAL DE HABITANTES COM 65 ANOS OU MAIS NAS 26 CIDADES DA REGIÃO:
1 – São Carlos 32.427
2 – Araraquara 31.683
3 – Matão 10.016
4- Taquaritinga 7.260
5 – Ibitinga 7.149
6 – Porto Ferreira 6.771
7 – Itápolis 5.695
8 – Santa Rita PQ 4.610
9 – Descalvado 4.514
10 – Américo Br. 3.817
11 – Ibaté 2.909
12 – Borborema 2.198
13 – Tabatinga 1.828
14 – Ribeirão Bonito 1.465
15– Dourado 1.241
16 – Rincão 1.170
17 – Nova Europa 1.076
18 – F. Prestes 980
19 – Santa Lúcia 830
20 – Dobrada 808
21 – Sta Ernestina 611
22 – Boa Esperança 532
23 – Motuca 500
24 – Gavião Peixoto 489
25 – Când. Rodrigues 429
26 – Trabiju 186