Religiões não católicas ganham adeptos na última década
O panorama traçado pelo Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as religiões mostra que a população são-carlense mudou de crença nos últimos dez anos, migrando para o evangelismo em sua maioria.
Contudo, outras religiosidades cristãs como o Espiritismo e Testemunha de Jeová, de origem afro (Umbanda e Candomblé) e não-cristãs, como Budismo, Judaísmo e Islamismo, receberam novos fiéis na última década.
Exemplifica essa informação o número espíritas que era perto de 5 mil em 2000 e atualmente concentra 8,2 mil, o que representa 3,7% da população da cidade que é de 221.9 mil pessoas, segundo o Censo realizado em 2010. As religiões afro-brasileiras, como Umbanda e Candomblé, somam na pesquisa do instituto 832, o que representa, 0,3% dos são-carlenses.
Dados dessa pesquisa mostram que os católicos da cidade diminuíram perto de 11,9 pontos percentuais, passando de 149,4 mil em 2000 para 145,5 mil pessoas no início da década. Dentro do universo populacional da São Carlos de 2000, que era de 192.998 mil pessoas, para a registrada há dois anos, que chegou a221.950, areligião católica teve queda de 2,6% em número de fiéis.
Com adeptos em grau menor, as manifestações de fé confirmam que a hegemonia da Igreja Católica tem perdido força, principalmente, para a vertente evangélica que na década cresceu 85% segundo dados do IBGE.
As religiões evangélicas dissidentes do catolicismo cresceram perto de 85%, contabilizado o crescimento da população na década que separa a pesquisa. Evangélicos em 2000 eram 26,4 mil e atualmente, representam 49,9 mil.
Para o vice-presidente da União da Sociedade Espírita Intermunicipal de São Carlos (USE), José Antônio de Meo, conhecido como Zezinho, a exposição da doutrina Espírita na mídia colaborou para que as pessoas se identificassem e firmassem posição como espíritas.
“Filmes, documentários e novelas e, sobretudo os livros que saíram das estantes das entidades espíritas e tomaram espaço nas livrarias da cidade, levaram à população o conhecimento dos preceitos do espiritismo criando uma legião de adeptos”, afirmou.
Para Zezinho, a crença no pilar da doutrina Espírita, que é a reencarnação, está introjetada no inconsciente coletivo da sociedade e muitos, mesmo não se assumindo como espíritas, creem na possibilidade após a morte a alma reassumir a forma humana.
PROJEÇÃO – Pesquisadores acreditam que, até 2030, as filiações católicas serão menos de 50% da população brasileira. Em 2040, pelas projeções, católicos e evangélicos estariam empatados. O Brasil ainda é, atualmente, o único entre os 10 países mais populosos do mundo com nação majoritariamente católica.
SEM RELIGIÃO – A pesquisa mostra o crescente número de pessoas que se identificaram ao IBGE como sem religião. Em 2010 elas representaram 6% (13,4 mil) da população da cidade, dois pontos percentuais a mais que em 2000 que registrou na época 4,2% (8,2 mil).
