Santas Casas necessitam de 100% de reajuste na Tabela SUS
Nesta quarta-feira, 10, funcionários da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos farão um protesto simbólico e coletivo com outras Santas Casas e Hospitais Filantrópicos para sensibilizar população e os governos, federal e estadual, repercutindo a Campanha “Tabela SUS, Reajuste Já”.
Mais de 80 instituições de todo o país reivindicam correção da Tabela SUS (Sistema Único de Saúde) em cerca de 100% para a cobertura de gastos com atendimentos e cirurgias.
A partir das 10h, os 900 funcionários, incluindo médicos, enfermeiros e administração da Santa Casa usarão tarjas pretas em seus uniformes em forma de protesto a falência do sistema por falta do aumento do repasse público.
Do estado de São Paulo, onde se concentra o maior de número de instituições, foi emitida a Carta do Interior onde consta a atual situação da saúde e as reivindicações de melhora, que será encaminhado ao governador, Geraldo Alckmin, e a presidente da república Dilma Rousseff.
Paralelo a entrega do documento, ocorrerão manifestações durante os meses de outubro e novembro. O propósito da campanha é mobilizar todos os hospitais e autoridades à urgente necessidade de reajuste da tabela SUS e outras verbas de amparo à saúde.
Atualmente os valores repassados não cobrem os custos dos hospitais em diversas patologias. A grande maioria dos procedimentos não é paga totalmente pelo Ministério da Saúde, tendo assim, as próprias instituições que cobrirem os valores com outras verbas.
“A grande maioria dos procedimentos da Tabela SUS é deficitária e isso acaba levando os hospitais à busca de dinheiro em bancos, e assim, cada vez mais se endividamento para realizar o atendimento”, comenta o provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Júnior.
Hoje a Santa Casa de São Carlos possui um déficit médio de R$ 850 mil. Somente no primeiro semestre de 2012 a instituição teve um prejuízo global do SUS de R$ 5,193 milhões, juntando tudo o que se gastou para atendimento e repasses do próprio hospital.
“Isto significa que todo lucro que o hospital passa a ter com convênios e os atendimentos particulares são usados para subsidiar esse déficit do SUS, e mesmo assim não é o suficiente. Por isso, o governo precisa pagar no mínimo o total dos custos dos atendimentos, para que com os recursos extras possam investidos em outras demandas necessárias” diz Morillas.
De acordo com provedor, a população da cidade pode também participar da campanha, apoiando o movimento e cobrando dos políticos, nas três esferas governamentais, o reajuste da tabela e das verbas da saúde.
O provedor também explica que há várias propostas junto com o reajuste da Tabela que poderiam ajudar na diminuição do déficit, como a federalização das dívidas das Santas Casas, por meio da qual a União acabaria assumindo a quitação das contas em troca de serviços das instituições.