São Carlos reúne aficionados por ferreomodelismo
O ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo e sua origem remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães. De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos. Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou.
Em São Carlos, por exemplo, alguns ferreomodelistas possuem verdadeiros ‘patrimônios’ em casa, e até hoje os trens despertam curiosidade e saudosismo nas pessoas. A cidade possui até uma entidade que congrega os amantes deste hobby, chamada ASCFER (Associação São-carlense de Ferreomodelismo), com cerca de 15 membros.
O administrador de empresas Adalberto Casale tem 47 anos e começou a se interessar pelo ferreomodelismo ainda criança, quando ganhou um trem de seu pai. Há 10 anos comprou uma caixa de trens da Frateschi, hoje única empresa na América Latina a fabricar trens em miniatura e que em 2017 completa 50 anos de atividades, e desde então não parou mais. “Acredito que já tenha nascido com essa paixão, pois meu sonho era ser maquinista. Hoje, meu gosto por este hobby só vem aumentando e semanalmente mexo em minha coleção, que hoje é composta por 25 locomotivas e 150 vagões”, diz Casale, que até construiu uma maquete que ocupa um cômodo de 12 m2 e levou 6 anos para ficar pronta. Casale, inclusive, defendeu tese em sua pós-graduação com foco na logística ferroviária.
Para não deixar este hobby se perder em sua família, ele conta com com o apoio de suas duas filhas e seus sobrinhos, que adoram o ferreomodelismo. “Eu e alguns amigos sempre nos reunimos aos finais de semana na estação ferroviária para trocarmos ideias sobre este fascinante hobby”, conclui.
Seu colega Sergio Ricardo de Lucca, o programador de produção de 42 anos, também se iniciou neste hobby ainda criança, aos 13 anos, quando seu pai lhe presentou com uma caixa de trens da Frateschi. “Gostei tanto que não parei mais, e hoje tenho 12 locomotivas e 100 vagões, além de uma maquete de 4 m x 1,6 m. Acredito que tenha herdado este hobby de meu avô paterno, pois viajei algumas vezes com ele na época da Fepasa. Tenho uma filha, mas estou tentando passar este hobby ao meu sobrinho”, explica Lucca, que, junto com alguns amigos, está em fase final de construção de uma maquete que já tem cerca de 40 metros. “Já estamos na fase final de decoração”, finaliza.
