Saúde realiza Janeiro Roxo contra hanseníase
Atualmente todos países sul-americanos têm casos de hanseníase, totalizando 19.195 pessoas acometidas pela doença
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A Prefeitura de Itirapina, através da Secretaria Municipal de Saúde aderiu à campanha Janeiro Roxo para conscientizar a população sobre a importância da prevenção para evitar a hanseníase.
A hanseníase é uma doença crônica e transmissível causada por uma bactéria que se multiplica lentamente e leva a sintomas que podem durar anos para aparecer.
A campanha Janeiro Roxo visa orientar a população sobre a doença e seus estigmas, divulgar o tratamento e combater o preconceito. Em Itirapina, as Unidades de Saúde informam que as equipes estão disponíveis para tirar dúvidas sobre os sintomas, formas de transmissão, tratamento e prevenção desta doença.
“Vamos espalhar informações e combater estigmas, mostrando que a hanseníase tem cura e que todos merecem ser tratados com respeito e dignidade”, diz o comunicado oficial divulgado nas redes sociais.
Atualmente todos os países sul-americanos têm casos de hanseníase, totalizando um total de 19.195 pessoas acometidas pela doença, como apontado pelo Ministério da Saúde.
O Brasil é o país com a maior quantidade de casos na região – com 17.979, mais de 90% de todos os casos da região. E o segundo no mundo, atrás apenas da Índia.
Esses dados se dão, ainda, em um contexto em que já foi descoberta a cura para a doença e, no caso brasileiro, é oferecida de forma gratuita pelo SUS. Além de haver diversas políticas públicas que buscam a inserção social e no mercado de trabalho.
Entretanto, essas informações são pouco conhecidas e, somado ao estigma social que ainda acompanha a doença, novos casos continuam surgindo e os diagnósticos permanecem sendo feitos de forma tardia.
Durante muitos anos, as pessoas com hanseníase foram marginalizadas, mesmo na relação com o sistema de saúde. Muitas foram sequestradas e aprisionadas em colônias e manicômios, onde eram separadas de seus familiares. Mesmo com o fim dessas instituições, o preconceito perdura.
E este é tido como um dos maiores obstáculos frente à erradicação da hanseníase. Como afirma Rejane Finotti, técnica do Programa Estadual de Hanseníase do Mato Grosso:
Muitas vezes, o preconceito acontece em decorrência de dúvidas relacionadas à transmissão da hanseníase, o que implica diretamente no diagnóstico tardio, pois na identificação de sinais e sintomas, a pessoa tem vergonha de procurar a unidade de saúde e, quando vai, ela já possui alguma sequela
Por isso, a técnica aponta a importância de desmistificar o tema, para que haja menos resistência ao tratamento, reforçando:
O preconceito e a falta de informação ainda dificultam a eficácia da cura. Pois a hanseníase não é mais uma doença vista como no passado, hoje ela tem tratamento e cura
COMO SABER SE ESTOU COM HANSENÍASE?
A hanseníase progressivamente começa a comprometer os membros inferiores, superiores e da face. É importante ressaltar que, a doença não é transmitida com contatos e encontros físicos pontuais, como um toque, conversa ou encontro.
Para que haja contaminação é necessário conviver sem tratamento e diariamente por um período superior a 2 anos.
Ainda, para que o diagnóstico seja feito o quanto antes, é importante se manter atento aos sinais e sintomas apresentados pelo corpo, como:
- Manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato;
- Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores;
- Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés;
- Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos;
- Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo;
- Coceira ou irritação nos olhos;
- Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.
Caso identificado algum desses sintomas, é necessária uma visita médica para realização do diagnóstico – realizado por meio de exame físico, teste de sensibilidade e exames laborais específicos.
O tratamento garante a cura da doença, interrompe a transmissão e previne avanço de sequelas físicas. E quando mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de agravamento.
O procedimento se dá principalmente por meio de poliquimioterapia, que pode ser usado por um período que pode durar até 12 meses. Após as primeiras doses, o paciente já não transmite mais a doença.
Entretanto, para a eficácia e a cura da hanseníase, é necessária a conclusão do tratamento. Caso contrário, pode ocorrer o retorno da doença, novas contaminações e resistência aos medicamentos.