Sepulturas violadas: última testemunha presta depoimento
Acompanhada da filha e de um grupo de amigos, a vendedora Solange Maria Dias, mãe das três crianças que tiveram suas sepulturas violadas e cujos restos mortais foram ilegalmente transferidos de lugar, esteve presente na 1ª Delegacia de Polícia, na tarde de ontem, para acompanhar o depoimento da última pessoa envolvida no caso.
“Acho que o processo está andando bem, o doutor Maurício se empenhou muito no caso. Estou contente. Foi difícil para mim, houve uma falta de respeito muito grande por quem fez aquilo, isso é mexer com o sentimento das pessoas. Quem violou as sepulturas fez tudo errado”, afirmou Solange.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Maurício Antônio Dotta, o último depoente confirmou que as mudanças de sepultura de fato aconteciam: “Ele afirma que era pedreiro autônomo e que ficava à disposição, nas imediações do cemitério, e que os empreiteiros contratavam ele na hora do serviço. Ele disse que abria o túmulo e fazia a alvenaria”.
Segundo o delegado, o caso está praticamente instruído: “Agora só falta um detalhe ou outro para fazer o relatório e mandar para justiça”.
Na semana passada, foram ouvidos o empreiteiro apontado nas investigações da Polícia Civil como um dos que participaram do comércio ilegal dos túmulos 385/386 do Cemitério Nossa Senhora do Carmo, e o ex-administrador do local à época (2005). Ambos foram indiciados por violação de sepultura e desrespeito para com restos mortais.
O caso de dona Solange foi anexado a um inquérito, em 6 volumes, aberto em 2007 e que investiga casos semelhantes, tendo como suspeitos os mesmos agora indiciados.