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Testes da ‘pílula câncer’ serão redesenhados quanto à dosagem

04/04/2017 10h08 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Testes da ‘pílula câncer’ serão redesenhados quanto à dosagem

A médica Sandra Gulminetti, da equipe de auditores da fosfoetanolamina, também conhecida como ‘pílula do câncer, divulgou nota de esclarecimento sobre as dúvidas a respeito da suspensão dos testes clínicos.

Na última sexta-feira, 31 de março, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) suspendeu a inclusão de novos pacientes nos testes com a substância. Segundo o diretor-geral da instituição, o oncologista Paulo Hoff, os testes com 72 voluntários não mostraram evidências de que o produto seja eficiente para combater tumores.

De acordo com a médica, a suspensão do ingresso de novos pacientes oncológicos nos testes clínicos foi uma decisão acordada entre a diretoria do ICESP e os auditores dos testes clínicos. “Os testes clínicos serão redesenhados”, esclareceu.

Ainda de acordo com Sandra, o estudo atual consiste em dez grupos de tumores diferentes, que deveriam ter 21 pacientes por grupo. “Analisaram-se 59 pacientes no total, 21 são do grupo de colorretal e 14 são do grupo de melanoma. Concluindo-se, os demais grupos não têm número de pacientes suficientes para comprovar ou não a eficácia da fosfoetanolamina”.

Protocolo

De acordo com a médica, o protocolo criado para estudo clínico da fosfoetanolamina, que era utilizado pelo ICESP, propõe o uso da substância na dose de três cápsulas ao dia por 21 dias e, após, duas cápsulas ao dia. “Este protocolo não é o protocolo de tratamento orientado pelo professor [Gilberto] Chierice”. O pesquisador, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), estudou a substância por mais de duas décadas.

“Em virtude de discordarmos da dose e das orientações, e obviamente, diante da resposta da evolução tumoral optamos por suspender a entrada de pacientes oncológicos neste estudo e redesenhá-lo com doses e orientações adequadas, mesmo cientes de toda a pressão que iríamos enfrentar”, comentou a médica.

Ainda de acordo com a auditora da fosfoetanolamina, o estudo será redesenhado e prosseguirá no “grupo dos pacientes portadores de melanoma, por ser o segundo maior grupo de pacientes em estudo. Mesmo com doses inadequadas, pacientes com câncer muito avançado têm tido boa resposta”.

“Os testes clínicos não concluíram que a fosfoetanolamina não é eficaz contra o câncer. Os testes clínicos concluíram que na dose e na forma como a substância foi utilizada nos testes clínicos do Icesp, ela não funciona. Para ser utilizada na dose e da forma adequada, precisamos criar um novo estudo. É o que está sendo feito”, conclui a médica.

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