UFSCar cria grupo nacional para entender mudanças no Ensino Superior
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) promove nesta quarta-feira, 27, o 1º Encontro Nacional do Observatório de Acompanhamento de Políticas Públicas de Permanência Estudantil. O evento tem como objetivo começar a sintetizar e organizar dados sobre o perfil estudantil dos alunos das universidades.
Segundo a professora Vera Cepeda, docente do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, e uma das organizadoras do evento, o que motivou a criação desse Observatório foram as mudanças pelas quais o ensino superior passou nos últimos 10 anos. Segundo a pesquisadora essa mudança se caracteriza pela expansão do número de vagas, pela redistribuição (balanço federativo) das universidades pelo território nacional, pela criação de novas ferramentas de recrutamento de alunos (Sistema de Seleção Unificada e Exame Nacional de Ensino Médio, principalmente), e pelas políticas de ação afirmativa (cotas, reserva de vagas): “Somadas todas essa variáveis, é possível perceber que houve uma mudança no perfil dos alunos das universidades.Quem é esse aluno que chega? ”, questiona.
Dadas as dimensões do projeto, diz Cepeda, foi criado um grupo piloto com universidades de todas as regiões, sendo que 12 delas participam do evento de hoje: “A UFSCar está construindo esse banco de dados, há uma equipe é formado por professores, alunos e pró-reitorias daqui. Durante dois anos estaremos a frente desse processo, e depois outra universidade assume a continuidade”. Segundo ela, esse esforço pode ser a ferramenta para elaborar uma seriação histórica: “Pois esse é o problema fundamental: se não temos um mecanismo de longo prazo para avaliar, tanto os números, como as respostas das universidades, não temos como fazer o balanço de política pública”, afirma.
Segundo a professora, o Observatório é uma proposta das 59 universidades federais brasileiras, que estão apostando na construção de uma ferramenta virtual, de um repositório de dados para poder entender qual o perfil do aluno que ingressa. O esforço para entender esse perfil visa auxiliar as instituições a fazer cobertura desses alunos: “As universidades estão sentindo falta de organizarem essas informações para ter consciência de quais ferramentas são necessárias para possibilitar a permanência qualificada desses alunos”. A ideia é fazer um grande diagnóstico, não apenas do perfil do aluno, mas também da capacidade que as universidades têm para dar conta dessa nova realidade.
