Veículo não tripulado: Grupo da USP é pioneiro na América Latina
Como parte da comemoração da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia realizada durante esta semana em São Carlos, pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC) ligados a Universidade de São Paulo (USP), realizaram testes com o Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma (CARINA) nas ruas da cidade.
Foi o primeiro registro feito na América Latina de um veículo não tripulado, comandado por computadores, circulando com outros carros e interagindo com o trânsito.
Adquirido em uma concessionária como outro carro qualquer, o CARINA passou por várias modificações mecânicas para que ele pudesse ser controlado por computador. Exemplo dessas modificações são um motor que vira a barra de direção, e outro que aciona o pedal de freio: “São motores para fazer aquilo que nós fazemos”, explicou o professor e pesquisador Denis Wolf, que coordena o projeto, completando: “Os motores são as mãos do motorista; os sensores são os olhos do motorista”.
Explica que os sensores detectam a presença de pessoas, de outros carros, as mudanças dos semáforos: “E por fim, os computadores são o cérebro do motorista, que obtém todas essas informações dos sensores e toma a decisão do que deve ser feito.
O pesquisador acredita que entre três e cinco anos será mais seguro andar em um carro autônomo do que em um carro conduzido por uma pessoa. Além disso, ele dará, segundo o professor, mobilidade para deficientes físico ou idosos que já não tenham mais capacidade de dirigir.
Segundo ele, a comercialização do carro ainda não e muito clara pois ainda é necessário um grande avanço no aspecto da legislação: “A tecnologia está madura, avançando bem, mas a legislação não acompanha esse avanço”.
Embora os equipamentos usados no veículo sejam importados, o cérebro do veículo, o programa que o controla, é todo ele desenvolvido pelo grupo da USP.
Questionado sobre os próximos passos do desenvolvimento da pesquisa, Wolf afirma que ainda há muito o que fazer, e que o veículo está apto a andar no trânsito de forma controlada: “Ele está evoluído suficientemente para andar no trânsito de modo limitado”.
Explica ainda que em breve o carro será capaz de identificar pedestres que queiram atravessar a faixa. Afirma ainda que o sistema de ultrapassagens, por exemplo, precisa ser melhorado: “Tem muito trabalho pela frente”.