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“Vou sepultar meus filhos pela 4ª vez”, desabafa vítima de venda irregular de sepulturas

24/05/2013 22h58 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
“Vou sepultar meus filhos pela 4ª vez”, desabafa vítima de venda irregular de sepulturas

A Câmara de São Carlos promoveu, na noite de quinta-feira, 23, uma audiência pública para discutir os casos de violação e vendas irregulares de sepulturas no Cemitério Nossa Senhora do Carmo. No encontro, um dos representantes da Prefeitura afirmou não acreditar na venda de 600 túmulos, como chegou a ser divulgado durante as investigações.

 

A audiência foi proposta pelo vereador Aparecido Donizetti Penha (PPS). O pai das três crianças que foram retiradas de uma das sepulturas para a venda, o funcionário público Marco Aurélio dos Santos, expressou sua indignação, cobrando uma postura enérgica da Prefeitura para coibir a ação de pedreiros que atuam como terceirizados no cemitério.

“É preciso evitar a ação desses pedreiros que exploram o momento de tristeza do cidadão de São Carlos, cobrando preços absurdos pelos serviços. E essa prática tem acontecido até hoje”, relatou.

“As autoridades precisam de olhos bem atentos para acabar com esse roubo que há no cemitério”, continuou o funcionário público. Santos disse que não pretende processar a Prefeitura. O que ele deseja é “respeito a um pai de família”.

“Sepultamos quando as crianças morreram, em 1995. Em 2002 voltamos a sepultá-las porque estavam em outro túmulo. Agora ocorre esse caso de venda de sepulturas, ou seja: vou sepultar meus filhos pela quarta vez”, desabafa. A família aguarda um novo espaço para a destinação dos corpos.

Os filhos de Marcos morreram em 1995, 1997 e 2002.

O diretor do Departamento de Divisão Jurídica da Prefeitura, Valdemar Zanette, participou da audiência. Ele descartou a possibilidade de comercialização de 600 sepulturas e citou o caso de cinco sepulturas que estão impedidas de serem vendidas justamente porque um dos pedreiros envolvidos nas irregularidades é o dono da concessão do espaço. “No último inquérito, ele escapou de ser indiciado. Ele escapa feito um ‘lambari ensaboado’. Está na hora de dar um basta nessa situação”, afirmou.

Zanette esclareceu que o cidadão deve procurar a administração do cemitério se tiver interesse em adquirir a concessão de espaço no Nossa Senhora do Carmo, mesma tese defendida pelo diretor do departamento que cuida da administração do cemitério, Carlos Talarico. “A Prefeitura está isenta dessas irregularidades. Se surgirem novos casos de venda ilegal, vamos dar todo o encaminhamento necessário para a solução dos problemas”, disse.

 

O CASO – Em 11 de abril, a representante comercial Solange Maria Dias veio a São Carlos para visitar o túmulo dos três filhos, mas teve dificuldade para encontrar. Ela descobriu que a sepultura foi vendida irregularmente para outra família. No dia 17 apareceu a família que havia efetuado a compra em 2005. Esse caso motivou o indiciamento do ex-administrador do cemitério e de um empreiteiro por violação de sepultura e venda irregular. O caso foi remetido ao Ministério Público pelo delegado Maurício Dotta e Silva, do 1º DP.

 

 

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