Amanda Vergara: a Diva do Rock São-carlense
Violonista e vocalista, ela comanda uma banda de homens e enfrenta o machismo com seu inquestionável talento
Natural de Bauru, filha de pai brasileiro e mãe paraguaia, Amanda Vergara, de 34 anos, sempre teve sua vida muito ligada a sons. No caminho da escola, seu pai usava o rádio do carro para tocar sucessos de Cindy Lauper e Metallica. Assim, sua trilha sonora era recheada de hits como “Girls Just Want to Have Fun” e “Nothing else Matters”. Seu avô, Norival Sandi, é radialista da Rádio Jauense e narrador oficial dos jogos do XV de Jaú.
O tempo passou. A pequena Amanda cresceu e apareceu. Mala nas costas, partiu para São Carlos em 2011 para estudar Biotecnologia na UFSCar. Concluído o curso, viu que laboratório de universidade não era sua praia. Mudou a chavinha e foi fazer Gestão Empresarial e especializou-se em Comunicação. Atuando na área de Marketing está há alguns anos na multinacional Royal Canin, em Descalvado.
Mas seu coração sempre foi da música. Nos tempos de escola, Amanda aprendeu a tocar violão e começou a cantar. Atualmente, ela, aos 32 anos, comanda uma banda de rock, ritmo forte, autêntico e revolucionário, que ainda é motivo de preconceito para muitos, e principalmente quando enaltecido por uma mulher. Em São Carlos, a artista Amanda Vergara quebrou esse tabu como a vocalista de uma banda que carrega seu nome.
A cantora conta que foi influenciada ao longo da vida por artistas tão diferentes como Laura Pausini, Heart, Fleetwood Mac, Tina Turner, Janis Joplin, Billie Holiday, Alanis Morissette, Tracy Chapman e Hozier.
Amanda já soma alguns anos vivendo da música como uma profissão. A Vergara Rock, que, veio oficialmente em 2020, pouco antes da pandemia. A música lhe proporcionou diversas realizações, entre levar seu trabalho pra mais de 20 cidades dentro e fora do estado.
Mesmo que o cenário do rock para uma mulher seja desafiador, Amanda Vergara ressalta que nomes como Joan Jett, Debbie Harry, Ann e Nancy Wilson, Linda Perry, Dolores ORiordan e Stevie Nicks estão sempre presentes e isso precisa ser reconhecido. “Eu lembro que quando comecei a me descobrir. Sempre tive o prazer de procurar mulheres na música mesmo, para saber em que fonte poderia beber para compor e trabalhar com música”, diz ela.
De personalidade forte, com seus cabelos pretos com mechas loiras, sua marca registrada, ela destaca que encarar e vencer o machismo sempre foi um desafio. E revela que muitos deixaram escapar o preconceito mesmo ao tentar elogiar. “Diziam para mim que ‘poxa, além de bonita você ainda canta bem’, ‘toca tão bem quanto um cara’ ou ‘tá ali porque é bonita’. Muita gente nem perceber que isso é pejorativo”, lembra.
Com uma vontade de mudar esse quadro, Vergara lançou dentro de sua banda o projeto “Divas do Rock e Pop”, iniciativa que busca mostrar o poder feminino na música, e principalmente no rock.
No projeto “Divas”, Amanda viveu no SESC em Araraquara um dos momentos mais emocionantes de sua carreira. “Uma criança subiu no palco e veio me dar um abraço. Eu fiquei meio sem reação e a mãe dela me falou que ela me adorou e que também queria tocar um instrumento por minha causa. Ela nunca tinha visto uma cantora e se encantou”.
Para ela, cada momento vivido através do rock tem uma energia única que deve ser sentida intensamente. “A música é o meu caminho para transbordar o que eu sinto, colocar tudo pra fora. Nos dias mais intimistas, por exemplo, aproveito para me conectar comigo, escrever ou mesmo compor algo”, define Vergara. Os fãs podem seguir a banda pelo seu canal no Instagram. No final de março está marcado um show para Jaú e em abril a banda participará do especial “Guitar Hero” no Zukadas Bar, na Rua Conde do Pinhal.
A banda Vergara Rock pode ser acompanhada pelo canal do Youtube ou pelas redes sociais. A vocalista também tem um canal com seus projetos solo no Youtube.
