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Clima frio no comércio reflete pouco entusiasmo com Copa no Rio

06/05/2014 20h05 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Clima frio no comércio reflete pouco entusiasmo com Copa no Rio

Reuters/Ricardo Moraes

Para uma cidade que dentro de poucas semanas vai ser um dos palcos principais da Copa do Mundo, o Rio de Janeiro ainda parece distante do clima da competição, com poucas ruas decoradas e movimento fraco para os produtos verde-amarelos no principal centro de comércio popular da cidade.

 

Bairro emblemático da cidade e que concentra grande parte dos hotéis, Copacabana praticamente não tem referências ao Mundial que vai começar em 12 de junho, enquanto em outros bairros, como Tijuca e Vila Isabel –vizinhos ao Maracanã– a pintura das ruas está começando só agora.

O clima também ainda é frio no Saara, principal área de atacado e varejo do centro do Rio, cujo comércio popular funciona como espécie do termômetro do entusiasmo carioca com eventos como o Carnaval e a Copa do Mundo.

“O fluxo de fregueses ainda não aumentou, a procura está pequena ainda. Menos do que na Copa das Confederações e menos do que na Copa passada”, disse o presidente da Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara), Ênio Carlos Bittencourt, também proprietário de uma loja de material esportivo no local.

Outros lojistas da região, por onde passam estimadas 80 mil pessoas por dia, repetem o discurso.

“Está muito devagar”, resumiu Miriam Hanah, gerente de uma confecção, tendo ao redor centenas de camisetas amarelas com preços variando de 6,90 a 34,90 reais. “Eu estava aqui na última Copa e a essa altura já ficava uma fila aqui para comprar.”

O desânimo de quem vive o dia a dia do comércio se reflete em uma pesquisa divulgada em abril pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) sobre as expectativas de aumento de vendas com a Copa.

Cerca de 27 por cento dos comerciantes entrevistados afirmaram que o setor será o que menos vai lucrar com a realização do evento, contra 24 por cento que acham o contrário.

A confiança ficou abalada com a experiência da Copa das Confederações, quando mais da metade dos pesquisados disse ter feito investimentos por causa do evento. Desses, apenas 16 por cento tiveram vendas maiores do que as previstas, enquanto 40 por cento se disseram decepcionados.

O pé atrás dos comerciantes em acumular grandes estoques pode ser visto pelas ruas do Saara. Em grande parte das lojas, os produtos relacionados à Copa são encontrados somente perto da entrada, enquanto a área interna continua tomada pelos produtos de sempre.

“Quase tudo de verde e amarelo que você está vendo na minha loja são estoques que sobraram do ano passado. Isso dá mais ou menos 60 por cento do que seria o bastante para eu me garantir por toda Copa. Os outros 40 por cento eu não comprei”, disse Maiko Riche, dono de uma loja de variedades.

“O momento do país não está ajudando, é um tiro que saiu pela culatra”, acrescentou.

 

SELEÇÃO É A ESPERANÇA

Com os preços mais competitivos do mercado –uma bandeira do Brasil, por exemplo, sai por somente 4,50 reais–, a maioria dos responsáveis por preparativos para a Copa confluem para o Saara, o que faz da região um termômetro do entusiasmo da população.

Gerente de uma loja de tintas, Cláudio Ecar disse não ter vendido sequer “uma única lata” nas cores do Brasil até o momento. “Na última (Copa da África do Sul) vendeu bem tinta verde, amarela, azul e branca.” As tintas são utilizadas sobretudo para a tradicional decoração de ruas nas cores nacionais.

Mas, às vésperas da convocação da seleção brasileira para a Copa, a gerente de uma loja de artigos para festas se mostrava otimista. “Começou hoje”, disse Maria das Graças, diante do único cliente que no momento fazia compras motivadas pelo Mundial.

Tarcísio Moreira gastou 300 reais em apetrechos para decorar o quiosque de lanches de um amigo em Quissamã (Norte Fluminense), do qual se tornou sócio para a Copa. Para ele, enquanto houver seleção, há esperança.

“Estou apostando na seleção brasileira. Quando ela começar a ganhar, o comércio vai vender que nem coca-cola no deserto”, afirmou em tom otimista o homem de 30 anos.

 

 

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