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Filme ‘De Menor’ discute responsabilidade dos jovens

03/09/2014 16h49 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Filme ‘De Menor’ discute responsabilidade dos jovens

Pergunte a Caru Alves de Souza, Rita Barata e Giovanni Gallo o que os três pensam da redução da maioridade penal e a resposta é unânime. São contra. Caru, filha de Tata Amaral, dirige e Rita e Giovanni interpretam De Menor. O longa vencedor do Festival do Rio no ano passado estreia na quinta-feira, 4, no circuito de Ademar Oliveira. A distribuição é da Espaço Filmes. De Menor tem tudo a ver com o tema da responsabilidade de menores. Rita faz uma defensora no Fórum de Santos. Atua na área de menores e adolescentes. Possui a guarda do irmão (Giovanni) e o garoto comete um crime.

“Sou contra (redução). É loucura criminalizar o menor com o sistema penitenciário que existe no País”, disse a diretora num encontro com jornalistas em São Paulo. A vontade de fazer um filme sobre o assunto nasceu de conversas com sua prima, que é advogada e atua na defensoria em Santos. “Ela me contava essas histórias,. que foram me interessando. Fiz bastante pesquisa e encontrei esse juiz em Santos (o dr. Evandro), que terminou sendo nosso modelo.” Caco Ciocler, que faz o juiz na ficção, impressionou-se com o magistrado. “Ele conhece todo mundo, não só os menores infratores, mas seus pais e responsáveis. Não é um tirano. É justo, até benevolente com eles.”

Rui Ricardo Diaz, que faz o promotor – ele foi o Lula de Fábio Barreto no longa sobre o ex-sindicalista que virou presidente -, admite que, de cara, inspirou-se em modelos norte-americanos de promotores, “aqueles caras durões que a gente vive vendo em filmes de cinema e TV.” A descoberta do juiz Evandro, no Fórum de Santos, mudou seu foco. “O filme foi ganhando outra dimensão, mais compassiva. 

Não sei se seria outro filme, se nosso modelo tivesse sido outro.” Rita sabe. Como a jovem promotora que tenta salvar o irmão, ela recebeu diversos prêmios. Parece jovem demais para o papel, mas é muito boa. “Pois é, tem gente que fala essa coisa de ser muito jovem. Na verdade, sou até mais velha que a personagem criada por Caru (a diretora), mas é meu jeito. Não creio que o filme pudesse ser outro porque ela (Caru) já o tinha assim na cabeça.”

É um filme curto – cerca de 80 minutos. É narrado com economia, em planos-sequências que muitas vezes dão a impressão de ser mais longos na tela (mas sem ser arrastados por isso). “É um filme muito enxuto”, explica a diretora. “Foi escrito e também planejado com o diretor de fotografia (Jacob Solitrenik). Felizmente tive um grande montador (Willem Dias) e fomos cortando até chegar ao cerne. Não tem nada supérfluo. Pelo contrário, muita coisa é transferida para o espectador, que tem de preencher os brancos do relato.”

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