Flor de Aguapé apresenta repertório de choro cantado
O encontro de três músicos que tinham em comum o trabalho e o interesse pela música resultou na formação do trio Flor de Aguapé, que se apresenta em São Carlos, nesta sexta-feira, 8, no Sesc, às 20h.
Foi na UFSCar que os três cursaram Licenciatura em Música e a partir de então tiveram seus caminhos interligados. Através do encontro na universidade, o grupo se concretizou e definiu como tema o choro cantado, passando a se dedicar à pesquisa e ao arranjo, a fim de dar forma ao primeiro trabalho intitulado “Choro de Cordas – Melodia e Poesia”. “O choro, pra nós, representa a música brasileira de diversas formas. É um campo interessantíssimo de pesquisa, um desafio técnico e um exemplo de sobrevivência da música essencialmente brasileira, talvez por isso seja um ponto de passagem por quase todos os músicos do país”, observa Leonardo Freitas, pianista do grupo.
O trabalho do trio tem como referência grandes nomes do gênero, desde personalidades tradicionais como: Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Ernesto Nazareth a compositores da atualidade como Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro, Guinga, além de muitos outros. O pianista lembra que dentro disso, o grupo também se mantém aberto e se deixa influenciar pela diversidade da cultura brasileira, propondo uma releitura das canções de forma tradicional e moderna, saudosa e contemporânea.
O nome escolhido para o trio Flor de Aguapé não teve nenhum significado específico, segundo o músico, é apenas um nome de música de choro. Ele salienta que a música tem um papel imprescindível na vida de cada um deles, que escolheram trabalhar com ela justamente por esse motivo. “Acho que existe uma dedicação quase exclusiva, um crescimento pessoal através da música. O Flor de Aguapé tem trabalhado. É difícil conseguir espaço no mercado musical através do choro hoje e esse é um dos nossos maiores desafios. Não acho que temos feito sucesso e nem é o nosso objetivo, nosso objetivo é trabalhar com música de qualidade, de forma coerente e em espaços que entendam nossa proposta, que é trabalhar com a música brasileira e valorizar a nossa própria cultura”, acredita Leonardo. “Para o futuro temos a ideia de gravar o trabalho ‘Choro de Cordas – Melodia e Poesia’ e depois trabalhar em um segundo show”, complementa.
Para o show de hoje a ideia é trazer músicas que façam parte do cancioneiro popular como Tico Tico no Fubá e Naquela Mesa, junto com um repertório que foi pesquisado pelo grupo dentro do tema, que passa por Guinga, Paulinho da Viola, Luciana Rabello. “Fora isso, tivemos a preocupação de criar uma ‘cara’ do Flor de Aguapé através dos arranjos, a ideia é sempre criar musicalmente respeitando a linguagem da música brasileira e do choro”, conclui o pianista.
