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Funcionário da Fifa está envolvido na venda ilegal de ingressos

03/07/2014 17h49 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Funcionário da Fifa está envolvido na venda ilegal de ingressos
Severino Silva/Agência O Dia/Estadão
Os ingressos apreendidos com os suspeitos na operação policial eram de patrocinadores, organizações não-governamentais e seleções do Mundial, inclusive a brasileira.

A polícia do Rio de Janeiro já identificou a participação de um funcionário da Fifa que facilitaria a ação dos suspeitos detidos nesta semana acusados de venderem ilegalmente ingressos da Copa do Mundo, informou o delegado responsável pelo caso nesta quinta-feira, 3.

 

O grupo pretendia faturar cerca de 200 milhões de reais no Mundial do Brasil, segundo a polícia. “Por enquanto, o que dá para dizer é que uma pessoa na Fifa… dava facilidades à quadrilha”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Fábio Barucke, a jornalistas no Rio de Janeiro.

A polícia já tem o primeiro nome do integrante da Fifa, que aparece em escutas telefônicas. Um relatório com o nome dele e trechos das conversas será entregue à entidade ainda nesta quinta para facilitar a identificação.

O “intermediário” da Fifa está no Brasil acompanhando a Copa do Mundo, segundo a polícia. “Ele é um estrangeiro que se prepara para deixar o país logo após o fim da Copa e está no Copacabana Palace onde está parte da Fifa”, declarou Barucke, sem dar mais detalhes.

As investigações apontam que ele tinha acesso ao quartel-general da entidade em um hotel de luxo na zona sul do Rio de Janeiro, usava um cartão de estacionamento da Fifa para ter acesso a estádios e áreas reservadas. Teria ainda contatos dentro da entidade que lhe permitiam obter ingressos para serem negociados.

A porta-voz da Fifa, Delia Fischer, disse que a entidade vai se reunir com as autoridades e aguarda receber mais informações sobre as investigações antes de se posicionar.

“Há muitos rumores em torno disso. Teremos uma reunião com eles (autoridades). Precisamos receber as informações. E como vocês sabem, frequentemente é muito fácil chegar a uma conclusão sobre quem é a Fifa e qual entidade está lá. Muitas vezes as pessoas chegam à conclusão de que é a Fifa e talvez não seja da Fifa”, disse ela.

“Vamos esperar pelas informações das autoridades e então chegar a uma conclusão. Veremos e agiremos de acordo… Não podemos comentar até termos mais informações.”

Os ingressos apreendidos com os suspeitos na operação policial –batizada de Jules Rimet em referência ao troféu da Copa até 1970– eram de patrocinadores, organizações não-governamentais (ONGs) e seleções do Mundial, inclusive a brasileira.

O grupo tinha ainda, segundo a polícia, contato direto com a Match, agência de turismo oficial da Fifa. “Há indícios e citações comuns de  envolvimento de algum membro da Fifa. A Match está sendo investigada. E terá que esclarecer como repassava para o Fofana, os ingressos”, disse Barucke, referindo-se ao franco-argelino Fofana Lamine, preso pela polícia na terça-feira.

Segundo a polícia, Fofana tinha acesso livre aos eventos da Fifa e negociava bilhetes para áreas nobres dos estádios da Copa, como camarotes. “Só com um grupo de franceses ele faturou 500 mil reais”, disse o delegado a jornalistas.

Segundo Barucke, a polícia tem cerca de 50 mil escutas telefônicas sobre a ação da suposta quadrilha e apenas metade desse material foi analisado pelos investigadores.

 

EX-JOGADORES

Em algumas dessas gravações aparecem ex-jogadores da seleção brasileira conversando com Fofana ou com membros do grupo acusado de negociar os ingressos. Entre eles estão Carlos Alberto Torres e Jairzinho, que estiveram no tricampeonato de 1970, Dunga, campeão mundial em 1994 nos Estados Unidos, Junior Baiano e até o irmão de Ronaldinho Gaúcho, o empresário Roberto Assis.

“Se algum jogador cedeu ingresso para a quadrilha vai ser indiciado pelo mesmo crime. Tem ingressos da seleção brasileira e tentamos identificar mais duas seleções”, afirmou o delegado.

Esses ex-atletas são considerados testemunhas do inquérito policial aberto para investigar o caso, e devem ser convocados para prestar depoimento em breve.

A polícia do Rio de Janeiro quer pedir a prisão preventiva dos 11 detidos na operação de terça-feira e ainda pretende pedir a prisão de mais sete pessoas suspeitas de integrar o grupo.

 

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