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Imbróglio envolvendo obras de Salvador Dalí continua levantando polêmica

22/07/2013 12h46 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Imbróglio envolvendo obras de Salvador Dalí continua levantando polêmica

Durante esta semana duas funcionárias contratadas pela prefeitura de São Carlos estiveram em Goiânia para analisar as cem xilogravuras feitas por Salvador Dali, doadas ao município pelo fazendeiro Lover Ibaixe em abril passado.

Segundo o Coordenador de Artes e Cultura de São Carlos, Ney Vilela, o imbróglio que se criou em torno da doação – uma vez que João Ibaixe Júnior, advogado e gestor do Instituto Ibaixe (organização não governamental criada para expor o acervo), questionou a doação alegando que as obras já tinham sido doadas anteriormente para o Instituto Ibaixe – finalmente será resolvida. “O setor jurídico da prefeitura resolveu esta questão, e no máximo até o fim do mês elas (as obras de Salvador Dalí) estarão no município. Só não posso dizer onde elas vão ser guardadas e posteriormente expostas por questões de segurança”, afirmou Ney Vilela, que aproveitou a oportunidade para explicar que uma das funcionárias que estiveram na capital de Goiás era uma museóloga.

Entretanto, questionado através de contato telefônico, João Ibaixe Júnior fez questão de afirmar que ainda não desistiu de melar a doação que, segundo ele, está incorreta. “Quero deixar claro que não voltei atrás em nada, pois desde o princípio afirmei que não se trata de uma doação, e sim de uma exposição”.

Segundo João Jr., as funcionárias que se dirigiram a Goiânia em nome da prefeitura foram para resolver o tempo em que a exposição ficará exposta em São Carlos. “A documentação que está sendo discutida é o tempo de duração da ação cultural conjunta entre Instituto e Prefeitura de São Carlos. Estamos pensado em fazer uma exposição longa a pedido do meu tio, de 8 ou 10 anos, porque a administração atual tem uma visão, e nosso interesse é colaborar no sentido de elevar a produção cultural de São Carlos”

João Jr. explica que uma exposição a longo prazo evita com que as obras de Dalí sejam utilizadas como marketing político pela atual administração. “Uma exposição de oito anos da a oportunidade do prefeito eleito no próximo mandato prosseguir ou não com o projeto de exposição”.

Entretanto, o maior interessado na questão, o doador Lover Ibaixe, continua afirmando que o sobrinho está utilizando as obras de Dalí para fazer promoção pessoal. “Ele quer aparecer na mídia. Eu sou o dono das obras e doei ao Instituo Ibaixe por comodato. Agora quero que elas fiquem em São Carlos e ponto final.”

 

Entenda o caso Desde que as cem xilogravuras feitas por Salvador Dali para ilustrar a edição histórica da Divina Comédia, de Dante Alighieri, foi doada pelo fazendeiro Lover Ibaixe para São Carlos, no dia 8 de abril, uma polêmica foi levantada. Isso porque dois dias depois, o sobrinho de Lover, João Ibaixe Júnior, advogado e gestor do Instituto Ibaixe, afirmou que as obras já tinham sido doadas para o Instituo.

As obras foram adquiridas pelo fazendeiro nos anos 60, em visita a Espanha, por intermédio da esposa do pintor, Gala Dalí. Segundo o fazendeiro, ocorreu uma troca envolvendo 300 moedas de ouro de uma coleção particular.

Por todo esse tempo, as xilogravuras ficaram guardadas em um banco em Goiânia, cidade em que o fazendeiro, nascido e criado em São Carlos, mora há alguns anos. Em 2007 elas foram destinadas ao Instituto Ibaixe.

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