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João Candido Portinari vem a São Carlos para celebrar os 30 anos de Embrapa

20/11/2014 21h18 - Atualizado há 9 anos Publicado por: Redação
João Candido Portinari vem a São Carlos para celebrar os 30 anos de Embrapa

O convite foi feito pelo professor Sergio Mascarenhas, e João Candido Portinari voltou a cidade dessa vez com duas missões: celebrar os 30 anos da Embrapa e para uma roda de conversa no Espaço 7. Foram dois encontros para discorrer sobre ciência e arte através da jornada para conseguir trazer ao Brasil os painéis Guerra e Paz, que foram doados a Organizações das Nações Unidas, ONU, em 1950, quando a sede foi construída em Nova Iorque.  E, é claro, apresentar ao público o trabalho de 35 anos do Projeto Portinari.

João Candido é matemático e conta que durante o tempo de faculdade, os estudantes com quem conviveu, sempre trocaram muitas ideias dentro da universidade. Formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), João conta: “O Projeto Portinari teve início no departamento de matemática da PUC e seus primeiros interlocutores são da área de ciência e tecnologia. Por exemplo, eu estava sentado no bandejão e um colega sentou ao meu lado, lá todos conheciam os projetos uns dos outros, e sugeriu ‘João, estou desenvolvendo um algoritmo que compacta imagem’. Foi assim que começou a relação entre ciência e arte, pois o pessoal de ciências tecnológicas testavam suas ideias nos projetos artísticos”.

Sobre ciência e tecnologia, João ainda ressalta que a ciência já possui uma estrutura de agências de fomento, mecanismo de financiamento a pesquisa e desenvolvimento tecnológicos; já existem muito antes de mecanismos como a Lei Rouanet. Então, era muito importante manter próximas duas áreas que se complementam tanto. Para João “o Projeto Portinari, desde o início, foi uma ponte entre as áreas de ciência e tecnologia, e arte e cultura”.

Sobre os painéis Guerra e Paz, João contou que sempre teve o sonho de conseguir trazer os painéis para o Brasil, por uma questão de justiça aos brasileiros e, principalmente, a seu pai, Candido Portinari, que nunca conseguiu permissão para entrar nos Estados Unidos. O governo americano sempre negou o visto ao autor da obra. Em 2010, a ONU anunciou a reforma da sede em Nova Iorque e anunciou que devolveria as obras de arte para seus países de origem.

Naquela ocasião João Candido percebeu que aquela seria a única oportunidade que teria de solicitar a ONU que os painéis fossem expostos para o povo brasileiro.

Com auxilio do presidente Lula, os painéis vieram para o Brasil, foram expostos em São Paulo no Memorial da América Latina, em Belo Horizonte, no Cineteatro Brasil e, finalmente, em 2014, chegou a Paris, na sede do Grand Palais. Esta última, uma verdadeira jornada, que foi articulada pela ex-ministra da cultura Martha Suplicy. João conta que a abertura da exposição na França “foi a coisa mais emocionante da minha vida, o ministro da cultura francês começou o discurso agradecendo a importante contribuição do Brasil, não de Portinari, do Brasil, para a promoção de uma ordem internacional mais justa, mais equitativa e mais respeitosa dos direitos internacionais, e isso foi uma grande conquista, o Brasil hoje é um país respeitado na Europa”

João Candido ainda compara São Carlos com Berckley, devido a fluência de pesquisas e arte que ocorrem aqui. Agora, seu plano para 2015 é realizar um projeto itinerante que ocupe espaços públicos de Nova Iorque. Para a reinauguração dos painéis Guerra e Paz, João foi incumbido de organizar uma grande festa, com shows de Milton Nascimento e Hamilton de Holanda. 

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