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Literatura sáfica dá protagonismo ao amor entre mulheres

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27/06/2023 08h37 - Atualizado há 1 ano Publicado por: Redação
Literatura sáfica dá protagonismo ao amor entre mulheres

A italiana Miriam Squeo se descobriu bissexual aos 28 anos, depois de uma vida heterossexual. “Nesse momento de transição, foi muito difícil para mim entender o que estava acontecendo e revolucionando a mídia naquele momento”, disse, em entrevista à Agência Brasil. Miriam afirmou que não conhecia nada da literatura sáfica, escrita por lésbicas ou por mulheres que não se entendem como lésbicas, mas que gostam de pessoas do sexo feminino.

Seu primeiro contato com o amor entre lésbicas foi o filme Azul é a Cor Mais Quente, de 2013, que assistiu na televisão. “Foi o primeiro filme que dava visibilidade lésbica no cinema de maneira tão aberta assim. Foi um ano em que começava a sair um pouquinho da sombra a relação entre mulheres”.

Mesmo assim, Miriam demorou muitos anos para se abrir com os pais, que são do sul da Itália. A conversa aconteceu há duas semanas, ela já com 36 anos. “Acho que o livro me deu essa coragem”, concluiu, referindo-se à primeira obra de sua autoria, intitulada “Por trás dos meus cabelos”, lançado pela editora Autografia, na semana passada. Escrita em português, a obra demonstra todo o amor que Miriam sente pelo Brasil, onde mora há três anos e meio. Aqui, ela se sentiu mais livre.

No período em que vive no Brasil, Miriam Squeo se inteirou da literatura sáfica. Decidiu escrever não só porque foi uma terapia para ela, mas também porque gostaria de ter lido algo parecido quando se descobriu bissexual, pelos amores que viveu no curso do ano e, também, porque acredita que é preciso desmistificar o amor entre mulheres.

“Hoje, a sociedade vê isso quase como se fosse uma brincadeira”. Afirmou que, no Brasil, principalmente, onde “a sociedade é machista e as relações são abusivas, parece que o amor entre mulheres é como encontrar saída da relação heterossexual”.

Ela entende o sexo feminino como complexo e, por essa razão, as relações entre mulheres são complexas. “Elas podem ser também tóxicas”. Por isso, a escritora tentou colocar essas questões de forma aberta no livro, para tentar traduzir um pouco mais de liberdade no que acontece em um amor sáfico. O livro é autobiográfico, mas romanceado também, esclareceu. “O importante para mim era trazer essa história para os outros”.

Com informações da Agência Brasil.

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