Morre os 95 anos o historiador Eric Hobsbawm
“O mundo ficou mais pobre com sua morte” diz o historiador, professor na área de comunicação e pesquisador da Unesp, Ney Vilela, a respeito do falecimento de um dos mais importantes historiadores do século XX do mundo, Eric Hobsbawm.
O britânico Eric Hobsbawm faleceu nesta segunda-feira (1) em Londres aos 95 anos de idade no hospital Royal Free onde estava internado devido a uma pneumonia. Hobsbawm é autor de quatro volumes considerados definitivos sobre a história dos séculos XIX e XX, abordando a trajetória européia da Revolução Francesa à queda da União Soviética, entre outras obras.
De acordo com Ney Vilela, Hobsbawm foi uma pessoa única, principalmente por ter sido um historiador observador participante e por ter escrito livros fundamentais para a história do século XX.
“Com a morte de Eric muitas coisas se perderam para sempre, o mundo ficou mais pobre. É como se uma grande biblioteca fosse queimada. Em um livro em que ele conta sua vida ele coloca uma idéia bastante interessante a seu respeito. Ele ressalta que participou de todos os acontecimentos importantes do século XX como a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, a queda do muro de Berlim, a queda do império britânico entre muitos outros. Ou seja, Hobsbawm foi o único historiador que presenciou os grandes fatos do século XX”.
O intelectual marxista escreveu “A era das revoluções”, “A era do capital”, “A era dos impérios”, “Era dos extremos”, entre outras obras. Ele também tinha muito interesse pelas atividades culturais e até foi crítico do jazz, escrevendo resenhas para jornais sobre o gênero musical e publicando o livro “História social do jazz”.
O historiador nasceu em uma família judia no Egito, em 1917, e cresceu em Viena e Berlim antes de se mudar para Londres em 1933, ano em que Hitler subiu ao poder na Alemanha. Sua vida acadêmica começou em Marylebone, passando por Kings College, Cambridge até se tornar professor na Universidade de Birkbeck em 1947, o começo de uma parceria que culminou na reitoria da instituição. Também foi professor convidado na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e na Universidade de Cornel.
