Netto Rockefeller inicia série de shows com artistas internacionais
Netto Rockefeller é um guitarrista que dedica sua vida a tocar blues e principalmente propagar o blues aprendido com suas grandes referências. É isso mesmo, para divulgar o estilo pelo Brasil e América Latina, Netto tem se dedicado a fazer contato com grandes nomes do estilo e organiza shows em parceria com esses artistas através de pequenas turnês pelo Brasil e também Chile, Patagônia, entre outros. Confira abaixo a entrevista exclusiva que o Primeira Página fez com Rockefeller.
JPP – Quando percebeu que queria se dedicar a música e quando o Blues foi eleito seu estilo de música para seguir carreira?
NR – Sempre tive a música presente em minha família, com meu pai e meus primos músicos. Esses dois primos foram importantes em minha vida pois um, o Leandro, foi quem me ensinou os primeiros acordes; e o Samuca, que na época era pianista do João Paulo e Daniel, me convidou pra um show da dupla e fiquei com ele em cima do palco, e isso me mostrou onde eu queria estar pro resto de minha vida! Desde o ano de 1997 eu sempre soube o que queria da vida e é o mesmo até hoje. O Blues me chamou a atenção por um Filme chamado Crossroad (A Encruzilhada), me apresentado por outro professor, o Valter Vitale. Na época todo mundo assistia esse filme por conta do duelo de guitarras no final do filme, onde Steve Vai é um dos Duelistas. Mas o que me chamou a atenção foi a dublagem que era feita na parte do Guitarrista Eugene, estrelado por Ralph Macchio, o eterno Daniel San de Karate Kid. Quem fazia as partes de Guitarra de Ralph era o mestre Ry Cooder, que dali pra frente mudou minha vida, como capricho do destino. Alguns meses depois conheci David Tanganelli que me mostrou e me ensinou mais sobre o Blues, e dali em diante nos tornamos parceiros e fundamos o Blues The Ville que esteve em atividade até o ano de 2014, com dois discos lançados, juntamente com Danilo Hansem e o Coxa, e agora estamos cada um encabeçando um projeto solo.
JPP – Você atualmente está prestes a lançar um disco próprio, como foi a produção, fale um pouco sobre as participações?
NR – Sim. Esse disco se chama “Música para acalmar o coração da juventude”. Esse disco vem sendo gravado desde o ano de 2011, quando a vida me fez passar por altos e baixos; e quando estava no nível baixo, eu pensava em coisas boas que me faziam sentir bem, como um cheiro de algo, ou uma pessoa querida e resolvi guardar isso pra sempre em forma de música. A primeira feita se chama ‘Sorriso Largo’, que fiz para uma amiga que passava por uma desilusão amorasa na época, e a última, feita durante o mês de julho de 2014, foi feita pra minha parceira e tenista Vivian Segnini. Além dessas, temos homenagem ao amigo e tenista Chileno Fernando Gonzales, número 5 no ranking mundial e recém-aposentado, e também uma homenagem a Eric Clapton, com a Eric’s Son, que é minha e do amigo e parceiro Sergio Yazbek , que tem a nítida influência do guitarrista inglês . Na música, agora sim tenho a honra de dividir a composição e a execução com outro grande amigo e ídolo, Johnny Crash, do Grupo de Surf Music The Dead Rocks. O disco tem 10 faixas que foram feitas pra levar as pessoas para um momento de relax e tranquilidade. O Disco foi gravado , mixado e masterizado no estúdio que tenho com meu amigo irmão Bruno Marques das bandas Tarja Preta e Rocha Sólida . Quem quiser ouvir o disco pode entrar em www.soundcloud.com/nettorockfeller e lá tem o disco na íntegra e para comprar você pode entrar em Itunes.com e amazon.com , lembrando que é em formato digital.
JPP – Você é um dos músicos que carrega mais turnês internacionais aqui em São Carlos, como essas aconteceram e, quando você volta para São Carlos, quais os frutos que colhe?
NR – Essas turnês aconteceram e acontecem pelo fruto da Laborterapia que nada mais é que o trabalho. Sempre gostei de fazer parcerias e com elas surgem os convites tanto deles virem pra cá quanto o meu indo pra lá. Uma das viagens mais importantes foi quando fui para Esquel, que é uma cidade da Patagônia Argentina. Lá fiz grandes amigos e tive a oportunidade de voltar esse ano com Danilo Hansem e Coxa que fazem parte do Netto Rockfeller Trio, onde fomos acompanhar o grande amigo, cantor e gaitista Argentino J J Troche. Os frutos que colho são antes mesmo de voltar pra casa, pois só o que isso proporciona pra cabeça e pro espírito já te faz ver mundo de outra maneira e perceber que sem a união não somos nada.
JPP – Fale sobre as parcerias com Quique Gomes e Jose Luis Pardo e, claro, com a Wildstone produções?
NR – Esses três que você citou são pessoas muito importantes em minha formação. O José Luis foi quem mudou meu modo de ver a guitarra e me ensinou muitas coisas sobre o estilo e quem me apresentou o Quique Gomez, gaitista e cantor Espanhol, numa tour junto com o cantor de Chicago Tail Dragger. O Mark, baterista da banda The Dead Rocks e dono da Wildstone, é quem me ajuda com as produções dos meus trabalhos, shows, carreira etc. Com uma pessoa dessas ao seu lado tudo acaba ficando mais fácil, pois como disse acima a união nos proporciona grandes coisas. O Mark foi quem fez a produção fonográfica do meu novo disco e tem me direcionado pra caminhos bons.
JPP – Ainda para este ano, quais são os planos?
NR – Fora o lançamento do meu disco “Músicas para acalmar o coração da juventude”, vou lançar um disco junto com Quique Gomez que também tem a produção e lançamento pela Wildstone em Dezembro. Com o disco seguimos para Europa e ficamos até fevereiro do ano que vem onde encerra a tour de apresentação. Ainda esse ano, terei a honra de fazer uma tour com um dos meus ídolos que é Lazy Lester, cantor e gaitista norte-americano. O Lazy é um dos meus preferidos e vem nessa estrada desde os anos 50. Faço show com ele por todo interior de SP, inclusive aqui em São Carlos, no dia 14/11, no Espaço 7 . Participo também do Mississippi Delta Blues Festival que acontece na cidade de Caxias do Sul- RS que é o maior festival do gênero. Lá tocarei com Guitars for the Blues que é um grupo de 4 guitarristas que tenho, que é composto por mim, Netto, Fernando Noronha, Solon Fishbone e Danny Vincent . Nesse festival vou ter o prazer de conviver com mais ídolos do Blues Nacional como Blues Etílicos, Igor Prado, Alamo Leal, Headcutters e os músicos internacionais Bob Strooger, baixista de Muddy Waters, Jerry Portnoy, Gaitista de Muddy e Eric Clapton etc.
JPP – Você é um defensor do blues em português, por quâ? Existe um preconceito ainda hoje em relação à língua cantada?
NR – Sim, defendo e muito, pois acho que até o fechamento desta edição do jornal o português ainda é nossa língua oficial hahahahaha. Brincadeiras a parte, é muito mais fácil e racional atingir as pessoas com o que elas realmente entendem… E além do mais se for pra cantar em outro idioma é melhor que saiba o que está cantando e tenha uma pronúncia ao menos honesta e não é o que ouvimos por aí!! Sim, existe muito preconceito e como em qualquer situação isso é ruim, pois acaba separando as pessoas. Se nosso leitor tiver um tempo, faça um teste. Traduza uma música de Muddy Waters ou qualquer ídolo do Blues e compare a letra com alguma do Tião Carreiro e Pardinho e verá que falamos das mesmas coisas, e o que muda é apenas o idioma, pois o jeito de sentir uma dor ou um amor é a mesma em qualquer lugar do mundo. Tudo que é feito com amor e carinho faz as pessoas se sentirem bem, seja em inglês, português ou mandarim.
JPP – Faça um convite para o público comparecer ao show do dia 3 de novembro
NR – No dia 03/11 faço um show com José Luis Pardo e pra quem gosta de Blues e guitarra essa é uma boa pedida. Quem não for viajar nesse feriado quase prolongada, já tem aonde ir.
Serviço
José Luis Pardo(Argentina) e Netto Rockfeller Trio
3 de novembro às 22h
St. Patrick’s Irish Pub
Rua Episcopal, 1423
LAZY LESTER (USA) & NETTO ROCKFELLER
14 de novembro às 20:30h
Espaço 7
Rua 7 de Setembro, 1441
