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Pianista Pablo Lapidusas lança em show CD ‘Estrangeiro’

30/08/2014 13h02 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Pianista Pablo Lapidusas lança em show CD ‘Estrangeiro’

O pianista argentino Pablo Lapidusas propõe um encontro com a música instrumental que configura entre o popular e o erudito, mas com tratamento de jazz fruto da influência do mestrado em performance jazzística que o músico está cursando em Lisboa. Esse arsenal musical poderá se apreciado no show solo que Lapidusas traz ao teatro Municipal de São Carlo, quinta-feira, 4, às 20h, para lançar o segundo álbum ” Estrangeiro”. O evento faz parte do projeto Contribuinte da Cultura.

Os ingressos já estão à venda no teatro: antecipados R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) e R$ 30,00 e R$ 15,00 no dia do show.

Nascido em Buenos Aires, infância em Poços de Caldas (MG), com graduação em música em Campinas (Unicamp), Pablo Lapidusas pode ser considerado um cidadão do mundo. Ele tem rodado por diferentes países como pianista e tecladista. Os inúmeros itinerários resultam na condição que ele ostenta de livre cidadão do mundo e da música.

O que explica em parte o título escolhido para seu segundo disco, gravado em estúdios de Lisboa, Rio, Buenos Aires, Maputo, Los Angeles e Londres, no antológico Studio 2 de Abbey Road.

O show que o músico apresenta em São Carlos traz o repertório calcado no CD Estrangeiro que transita e improvisa por Duke Ellington, Gilberto Gil, Chico Buarque, Lennon & McCartney, Tom Jobim, Ennio Morricone, Edu Lobo, João Carlos Schwalbac.

São composições consagradas, mas, tratadas com inventividade, algumas delas com introduções compostas por Lapidusas a partir de seus estudos e arranjos para cada tema. O músico falou ao Primeira Página sobre suas influências musicais.

 

Primeira Página – O jazz é a sua primeira referência musical, ou foi um elemento que chegou com a maturidade?

 

Pablo Lapidusas – Tive meu primeiro contato com o Jazz aos 18 anos, já na faculdade. Lembro que todos os meus colegas de turma já falavam em standars, Bill Evans, etc. Meu universo era a MPB e a música instrumental brasileira, sobretudo Cesar Camargo Mariano, que foi minha primeira grande influência. O jazz pautou toda a minha evolução como músico, já que é o universo onde eu mais pesquiso. E quando me refiro a Jazz, não me refiro somente a uma old school [velha escola]. Escuto músicos de todas as gerações e cada vez descubro mais e mais talentos. Na Europa descobri um cem pianistas incríveis, que pouco se ouve falar no Brasil.

 

PP – A música brasileira teve espaço em sua formação musical, quais artistas nacionais são referência?

 

Lapidusas – Cresci ouvindo MPB. Também ouvi desde muito cedo todo o pessoal do Clube da Esquina com suas harmonias maravilhosas. Apesar de ter nascido na Argentina, meu DNA musical foi gerado aqui, vamos dizer dessa maneira. Sou eternamente grato pelo fato de ter crescido em um país onde a música é tão rica.  Tive o privilégio de gravar com Cesar Camargo Mariano, Hermeto Pascoal e Egberto Gismont.

 

PP – O texto de apresentação do álbum ‘Estrangeiro’ remete a um universo musical moderno com elementos do Hip-Hop. Esse é o caminho sem fronteiras entre popular, clássico ou jazz?

 

Lapidusas – Acredito piamente que o músico é o que ele ouve. Ouve e depois acaba botando tudo no liquidificador e o que sai são as influências, só que com um print pessoal, digamos assim. Ou seja, trabalhei com artistas das mais diversas vertentes musicais e com toda certeza tem muito de cada um desses artistas na minha maneira de me expressar atualmente. Fui pianista do Marcelo D2 por oito anos e muita gente me pergunta o que eu fazia lá, em termos musicais. Posso garantir que foi uma experiência sensacional, na medida em que experimentei uma linguagem que eu não tinha a menor ideia. O hip hop e o minimalismo.

 

PP – O que o mestrado em performance jazzística tem influenciado suas composições?

 

Lapidusas – Tive a sorte de ter um extraordinário professor em Lisboa. Aliás, tive sempre sorte com meus professores. Em Minas, na Unicamp, no Rio de Janeiro, onde descobri a música clássica que tem enorme influência no meu trabalho, através do contato com o professor Marcelo de Alvarenga. Voltando ao mestrado, o leque de informações que recebi, aliado ao fato de estar morando em outro continente, foi uma coisa muito inspiradora. Compus mais música em Lisboa em dois anos do que nos outros 37 anos de vida.

 

PP – Quais são seus projetos para o futuro?

 

Lapidusas – Terminar a tour brasileira 2014 em São Carlos, voltar pra Lisboa, desfazer a mala e embarcar pra África do Sul, onde estreio internacionalmente com meu trio.  O grupo se chama P.L.I.N.T ; Pablo Lapidusas International Trio. Quando voltarmos da África entraremos em estúdio. Depois disso embarco pra Suécia onde farei meu primeiro concerto naquele país.

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