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Primeira ficção do cinema, ‘Viagem à Lua’ completa 120 anos

Decorrido mais de um século, James Cameron pode afirmar que o único limite para o criador cinematográfico é a imaginação

02/09/2022 08h15 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
Primeira ficção do cinema, ‘Viagem à Lua’ completa 120 anos Foto: Reprodução

Cinéfilo de carteirinha sabe que os Irmãos Lumière realizaram, em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café de Paris, uma história exibição de seu invento, que chamaram de cinematógrafo. Um trem em movimento, chegando à estação de La Ciotat. Existem relatos de assombro e até de pânico. Muitos espectadores achavam que seriam atropelados pelo trem, e lançaram-se de suas cadeiras. Os Lumière, vale lembrar, não botavam muita fé no seu invento. Pelos anos seguintes, o cinema – o cinematógrafo – seguiu mostrando registros da vida real. Isso mudou em 1902 – há 120 anos. Dublê de ator e mágico, Georges Méliès intuiu que o cinema, ao contrário do que diziam os Lumière, tinha futuro. Ou melhor, podia olhar o futuro.

Naquele dia, 1º de agosto de 1902, ele fez a primeira exibição pública de Viagem à Lua. O êxito foi imediato. O cinema deixava de ser um simples registro do real para embarcar na ficção. Decorrido mais de um século, James Cameron pode afirmar que o único limite para o criador cinematográfico é a imaginação. Isso começou lá atrás, com Méliès. Talvez não houvesse o Universo Marvel. Acreditam? Um tal Professor Barbenfouillis, o próprio Méliès, tenta convencer seus pares de que é possível viajar à Lua. Uma astronave em forma de míssil é lançada ao espaço. Aterrissa no olho direito da Lua, representada como um ser antropomórfico – uma redondíssima cabeça humana, de homem. Na Lua, o Professor e seus acompanhantes encontram as selenitas, que parecem dançarinas de algum show parisiense. O problema não é a ida, mas a volta. Os primitivos astronautas conseguem voltar Caem no oceano e o exploram, antes de serem recebidos como heróis, em Paris.

Viagem à Lua foi, por mais de 50 anos, um filme secreto. Todo mundo sabia de sua existência, mas não era visto. Em 1956, o produtor Michael Todd, então marido de Elizabeth Taylor, usou o filme de Méliès como prólogo de sua superprodução A Volta ao Mundo em 80 Dias, que ganhou o Oscar de melhor filme daquele ano Fazia todo sentido. Ambos, A Volta ao Mundo e Viagem, inspiravam-se em narrativas de Julio Verne. Viagem à Lua estabeleceu um paradigma. O estilo surreal e as trucagens, por mais incipientes que sejam, apontam para o que ainda não era um gênero no cinema, mas já era na literatura, com o próprio Verne – a ficção científica. Lá atrás, há bem mais de um século, o cinema dividia-se entre duas tendências. Uma, realista, a outra, fantasiosa. Alguém pode dizer que isso mudou? Não, não é?

E tem mais. Os filmes que eram exibidos em feiras populares no início do século passado, raramente ultrapassavam uma bobina, ou 2 minutos. Viagem à Lua dura 14 minutos – nunca se havia visto nada parecido. Hoje em dia o filme é só uma curiosidade histórica, mas quantas vezes o cinema viajou à Lua, ao espaço, depois? Em 1928, dois anos depois de Metropolis, Fritz Lang fez A Mulher na Lua. Você pode não acreditar, mas foi esse filme que criou a contagem regressiva nos lançamentos espaciais. Uma invenção de Lang para deixar o público em suspense. Exatamente 40 anos depois de Lang – e 66 depois de Méliès -, Stanley Kubrick fez 2001, Uma Odisseia no Espaço. Como dizia Arthur C. Clarke, a única maneira de testar os limites do possível é tentando o impossível. A seguir, algumas viagens à Lua – no cinema.

No Assombroso Mundo da Lua

Robert Altman ainda não era Robert Altman, ou seja, ainda não havia feito Ma.A.S.H. quando, em 1967, concebeu essa odisseia espacial meio canhestra. Para chegar antes dos soviéticos, a Nasa lança uma nave à Lua sem certeza de retorno. James Caan entra na roubada, e tem de sobreviver à espera de outra missão para resgatá-lo.

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