Restauração de livros: processo minucioso que leva tempo
Livros, mapas e documentos danificados pelo tempo muitas vezes passam por um processo de restauração com o intuito de preservar e proteger arquivos, informações e até mesmo a história propriamente dita. Em São Carlos poucas pessoas fazem esse trabalho, que requer dedicação, atenção e muito cuidado. Marilu Calandrin Fávero faz a restauração de livros e documentos há muitos anos.
Sua paixão pelos livros teve início quando cursava Biblioteconomia e estagiava em um Sebo, o qual é proprietária hoje. Incentivada pela família e pela antiga proprietária do Sebo se matriculou em um curso de restauração em São Paulo.
“Livros são como as pessoas, não gostam ficar apertadas, não deixo livros apertados na estante e sempre tive essa preocupação. Dessa forma, quando eles estavam rasgados ou danificados eu os colava, pintava, fazia reparos mínimos para que eles saíssem bonitos do Sebo”, lembra.
Foi quando ela resolveu, incentivada pela patroa e pela família, fazer o curso de encadernação e restauração de livros e documentos. Hoje ela considera que a arte do restauro uma terapia e a faz com muito gosto. “Para mim é a melhor coisa que existe”.
A maioria do material utilizado por Marilu vem de fora do país. Ela explica que existem produtos nacionais bons, no entanto, os melhores estão na França e no Japão. Para a reconstrução do livro ela utiliza chanfradeiras, couro, papel japonês, percalux, percaline, entre outros. “Tudo é feito minuciosamente e à mão. Todos os detalhes são pequenos, já cheguei a fazer um cabeceado com uma linha de cada cor, isso deu um trabalhão, mas o resultado ficou ótimo”.
Em relação ao tempo que leva para restaurar um livro ou documento Marilu afirma que tudo depende do estado que o exemplar chega para ela. “Sou muito perfeccionista, levo de um a dois meses para entregar uma restauração de livro. Se um livro tem buracos tenho a necessidade de realizar uma mistura de papéis para conseguir cobri-lo, isso demanda bastante tempo. Na verdade não tem como dizer o tempo que demoro, pois varia de documento para documento”, conclui.
